Um saco de 100 litros feito de plástico reciclado é o incentivo para que a população recicle. Em Indaial, Timbó e Pomerode, a embalagem verde acinzentada diferencia o lixo domiciliar do reciclável. Desde 2004, quando a coleta seletiva começou em Indaial, Isolde Wegner, 51 anos, separa o lixo comum do que pode ser aproveitado.
Toda quarta-feira, ela coloca a embalagem cheia de recicláveis na frente de casa. Quando os garis descem do caminhão, Isolde recebe um novo saco verde para guardar os recicláveis da semana, que primeiro são limpos e secos.
Diretor de Coleta, Tratamento e Reciclagem de Resíduos Sólidos de Indaial, Alídio Tamanini observa que donas de casas como Isolde são as melhores colaboradoras do Projeto Reciclar. O serviço prestado pela Secretaria de Saneamento e Meio Ambiente atinge metade da cidade e recolhe 90 toneladas de material por mês. O que é coletado vai para a Associação Participativa Recicle Indaial (Apri), que após triagem vende os recicláveis.
Para viabilizar o projeto, a prefeitura mantém a equipe de quatro funcionários e investe na manutenção do caminhão usado no serviço. O veículo veio do governo federal a fundo perdido e, com o programa de reciclagem consolidado, em 2009 o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou a construção de um galpão para a Apri. Hoje, a incubadora da Furb e a Secretaria de Assistência Social orientam e fiscalizam o trabalho.
– Como não é algo difícil de fazer, há outro grupo de catadores interessado em formar nova associação para coletar material na área que hoje não é coberta – conta Tamanini.
A coleta seletiva feita em Indaial, com distribuição de embalagens, segue o modelo de Timbó, onde o Samae é responsável pela coleta e triagem de recicláveis e pela administração do aterro sanitário do Consórcio do Médio Vale do Itajaí (Cimvi). Chefe do aterro, Ivo Adam detalha que a coleta seletiva ocorre em 96% de Timbó, com um caminhão que tem motorista e dois coletores. Em menos de dois minutos, eles recolhem e deixam novas embalagens em ruas de 300 metros, como a Porto União, onde vive a aposentada Laura Loppnow:
– Separo conforme as orientações dos folhetos que o Samae entrega e percebo que todo o pessoal da rua aderiu.
Em Timbó, o reciclável vai para um galpão no aterro sanitário, onde é separado por 14 funcionários do Samae. A coleta seletiva ocorre quatro dias por semana e chega a um total médio de 140 toneladas ao mês. Entretanto, Adam estima que 70% do que ainda é depositado no aterro tem potencial para ser reciclado. Como o prestador de serviço é um órgão público, o material selecionado vai a leilão.
Em Pomerode, a coleta seletiva foi implantada há seis anos, seguindo o modelo de Timbó. Hoje, toda a cidade tem o serviço que também é feito pelo Samae.
Doutora em Engenharia Química, Rita de Cássia Siqueira Curto Valle observa que o estímulo, como o fornecimento de uma embalagem para reciclados, pode fazer a diferença. Além deste fator, a professora do Departamento de Engenharia Química da Furb acrescenta que é preciso investir em educação ambiental e dar feedback à população, o que contribui para incentivá-la a reciclar cada vez mais.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12742.
Editoria: Geral.
Página: 16.
Jornalista: Sarita Gianesini (sarita.gianesini@santa.com.br).