BLUMENAU – É na base da camaradagem e da ajuda alheia que o Instituto Geral de Perícias (IGP) consegue atender 12 municípios da região. As doações recebidas vão desde papel ofício até ar-condicionado. O material de expediente, como papel e luvas, é mandado pelo Estado, por meio da Secretaria de Segurança Pública, pois o IGP tem autonomia funcional, mas não financeira. Neste ano, porém, não houve repasse de material. Para não ficar sem suprimentos, o coordenador do IGP, Daniel Buhatem Koch, faz parcerias com o Ministério Público e a Furb. E a ordem é de racionamento. – A Furb é uma grande parceira nossa. Às vezes, acabamos recorrendo a eles quando falta algum material – justifica Koch. Chefe da divisão de Administração da Furb, Décio Zendron explica que o convênio firmado com o Estado foi feito quando da instalação do então Instituto Médico Legal (IML) em razão da abertura do curso de Medicina. – Na época, houve um comodato entre Estado e Furb. A universidade se comprometeu a fazer a manutenção do prédio e fornecer a limpeza. Em contrapartida, o IML encaminharia os corpos de pessoas indigentes para o laboratório de Medicina – lembra. Porém, Zendron diz que a ajuda foi um pouco além disso e a instituição acabou por suprir com alguns materiais que o Estado não destina ao instituto. – A obrigação seria do Estado, mas eles enfrentam o mesmo abandono que sofre todo o sistema de segurança na cidade – lamenta. O Ministério Público também colabora com o IGP. Equipamentos como lanternas e materiais de expediente vêm de multas que são aplicadas pela Central de Penas Alternativas e revertidas na compra deles. – Foi por meio de um pedido do próprio instituto que destinamos este material a ele – explica a promotora de Justiça da 2ª Vara Criminal, Maristela do Nascimento Indalêncio. A falta de material de expediente não é a única deficiência do IGP. Segunda-feira, o coordenador do instituto pediu mais funcionários durante uma audiência na Câmara de Vereadores, que contou com a presença do secretário de Segurança Pública, César Grubba. Durante o discurso, Koch falou da situação dos dois únicos auxiliares médicos, que trabalham numa escala de uma semana por outra de descanso. Como não podem sair do instituto, eles moram em um alojamento montado dentro do prédio do IGP. – A situação é assim há cinco anos. Eles passam aniversários e feriados aqui dentro – explica. Desde 2008, o instituto não recebe pessoal. Koch aguarda com ansiedade a vinda de quatro funcionários prometidos para Blumenau, que fazem parte de um concurso para 28 médicos auxiliares. SERVIÇOS PRESTADOS PELO IGP |
– Análise de toxicologia |
– Exames em armas, munições e comparação das marcas deixadas nos projetis |
– Perícia em locais de incêndio, desmoronamento, explosão, acidente de trabalho e vistorias |
– Levantamento de vestígios e de instrumentos de crimes |
– Exames que envolvam a medicina legal, como a identificação de arcada dentária e exumação de cadáveres |
– Exame de impressões digitais recolhidas em locais de crimes e comparação com as dos arquivos da secretaria. |
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12202.
Editoria: Segurança.
Página: 14.
Jornalista: Tatiana Santos (tatiana.santos@santa.com.br).