Em 2007, a duplicação da BR-470 foi incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em vez de esperanças, foi o início de uma era de expectativas frustradas. Do primeiro prazo prometido pelo governo para o início das obras – em 2008 – até o mais recente – início de 2013 -, já são quase cinco anos de nova espera. Apesar de parecer tão próximo com a abertura do primeiro edital de licitação, o tempo para que o Vale passe a trafegar na BR-470 duplicada ainda é distante.
A licitação dos trechos será feita pelo Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), usado para obras das Olimpíadas e da Copa do Mundo. A medida pretende acelerar o processo de escolha das empresas executoras. Superintendente em Santa Catarina do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), João José dos Santos estima que cada um dos quatros lotes leve três anos para ser feito. A complexidade da obra – terá 26 viadutos, oito pontes e 69 quilômetros de calçadas e ciclovias – se intensifica com a necessidade de remover serviços públicos à margem da rodovia, como redes de telefonia, água e gás, além das desapropriações.
Obra não evitará mortes, alerta especialista
O crescimento urbano à beira da rodovia tornou a última década a mais trágica. Desde 2000, 1.355 pessoas morreram em acidentes.
– Lamento o passado, as tragédias. Mas o edital vem para acabar com a incredulidade que a duplicação criou – opina o coordenador da Frente Parlamentar Catarinense, o deputado federal Décio Lima.
Apesar de reconhecer o benefício à economia, a doutora em Engenharia Civil e especialista em Acidentes de Trânsito e Desastres em Rodovias, Lilian Elizabeth Diesel, alerta:
– A BR-101 duplicada ainda registra mortes, principalmente com atropelamentos.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12643.
Editoria: Geral.
Página: 12.
Jornalista: Cristian Weiss (cristian.weiss@santa.com.br).