Cronograma indisponível

O cronograma de obras de duplicação da BR-470 é uma informação indisponível. Apesar da placa no km 44 da rodovia anunciar Início: 30/07/2013 e Término: 06/10/2017, o Departamento de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a Sulcatarinense se reúnem segunda-feira para elaborar o passo a passo detalhado da obra. Com base na Lei de Acesso à Informação, há 30 dias o Santa enviou um pedido oficial à sede do órgão federal em Florianópolis solicitando informações sobre o cronograma, mas até hoje não obteve resposta.

O Dnit disponibiliza na internet a íntegra dos 11 editais relacionados aos trabalhos no Vale do Itajaí, mas os documentos dos lotes em andamento têm apenas modelos de cronogramas. Em branco. Com isso, a população fica impedida de fiscalizar o andamento da duplicação.

Dos 73,16 quilômetros que devem ser duplicados até 2017, a movimentação se concentra em um trecho de cinco quilômetros. Do início do lote 3, no Km 44,9 ao Km 49,8, é que se podem avistar máquinas, caminhões, árvores derrubadas e operários. Um deles, usando colete com emblema da Sulcatarinense, olhava para o que parecia uma obra de drenagem, quarta-feira:

– Isso aqui não acaba nem em 40 anos!

Desde 31 de janeiro o Santa cobra a programação do órgão federal. Como não obteve retorno via assessoria de imprensa, em 19 de fevereiro apresentou ao Dnit um requerimento baseado na Lei de Acesso à Informação. No pedido constam quatro questionamentos (veja ao lado), entre eles o cronograma de obras e o novo traçado da rodovia duplicada. Passados os 20 primeiros dias do prazo para retorno, mais os 10 dias de prorrogação descritos na lei, apenas a resposta sobre o futuro trajeto da estrada foi encaminhada.

Ontem a reportagem voltou a questionar a assessoria de comunicação do Dnit sobre o cronograma de obras. Foi quando a reunião de segunda-feira foi comunicada.

– O que interessa é o seguinte: (a empresa) tem 1.440 dias para executar a obra – disse Breno Maestri, assessor do Dnit.

O engenheiro fiscal da obra, Elifas Nolasco, cita a necessidade de mudar a rede da SCGás e os problemas com licenças ambientais como fatores que interferem na programação, mas tranquiliza:

– Não há motivo para alarde, as obras vão acontecer dentro da normalidade.

A duplicação da BR-470 é uma demanda histórica da região e se arrasta há 20 anos.

Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 13105.
Editoria: Geral.
Página: 14.
Jornalista: Sarita Gianesini (sarita.gianesini@santa.com.br).