FLORIANÓPOLIS – A suspensão do edital para construção do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental da Ferrovia do Frango (Integração), pelo Tribunal de Contas da União (TCU), mostrou a divisão das lideranças catarinenses. Enquanto as do Norte comemoraram, a decisão foi lamentada no Oeste, Planalto Serrano e Vale do Itajaí.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Mafra, Antonio Nahum Vaine, disse que a decisão atende a uma reivindicação da região, que se mobilizou contra a previsão do traçado da ferrovia pela região central do Estado até o Porto de Itajaí. Eles consideram que uma rota partindo do Oeste, passando por Caçador, Porto União e Mafra, até o Porto de São Francisco do Sul, seria mais barata e teria melhores condições para navios graneleiros.
No entanto as lideranças agroindustriais do Oeste lamentaram a decisão, que pode atrasar em até seis meses o processo, se for lançada uma nova licitação. No atual processo, 11 empresas estavam habilitadas. O resultado deveria ser divulgado em um mês. Agora, o processo fica paralisado. O Tribunal de Contas questionou os valores apontados no edital, a indicação do traçado até o Porto de Itajaí e algumas pontuações técnicas.
Atraso vai gerar custos, diz representante da Fiesc
Para o presidente da Frente Parlamentar das Ferrovias, deputado federal Pedro Uczai (PT), o TCU foi muito rígido e está fugindo da função primordial, que é fiscalizar obras. Ele afirmou ainda que muitas lideranças estão preocupadas com seus municípios e não com o que é melhor para o Estado.
O vice-presidente de agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina e presidente da Aurora Alimentos, Mário Lanznaster, lamentou a suspensão, pois o atraso nas ferrovias representa mais custos. O engenheiro Ricardo Saporiti, autor de alguns estudos sobre ferrovias para a Fiesc, disse que a decisão do TCU foi "a pior coisa para Santa Catarina".
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12939.
Editoria: Economia.
Página: 13.