Paralelo aos Congresso de Prefeitos, que vai até quinta-feira (14/06), no CentroSul, em Florianópolis, acontece o I Seminário Estadual de Educação, organizado pela Federação Catarinense de Municípios (Fecam), Escola de Gestão Pública Municipal (Egem), Instituto Positivo e o Movimento Santa Catarina pela Educação. A palavra de ordem neste primeiro evento é a colaboração.
A vice-presidente da Fecam e prefeita de São Cristóvão do Sul, Sisi Blind, deu as boas-vindas aos presentes, dizendo que o foco precisa ser nas pessoas, e o quanto é preciso trabalhar juntos. “É um momento essencial para trabalharmos os processos colaborativos e colocarmos a educação como eixo fundamental”, declarou a prefeita.
Na abertura, o professor e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fernando Luiz Abrucio, traçou um histórico do sistema de educação brasileiro e apresentou dados atuais. Segundo ele, 81% dos estudantes brasileiros frequentam escolas públicas, e que o professor é a segunda profissão que emprega no Brasil. Afirmou que a educação passou a ser prioridade no Brasil há apenas 30 anos. Diferente de países como Argentina, onde a educação aparece como prioridade desde 1853. “O Brasil foi recordista de reprovação no século 20”, disse. De acordo com o professor, durante a ditadura se gastou mais para combater o analfabetismo do que para ensinar. “Na ditadura se gastou muito com Mobral”, assegurou.
O professor ainda apontou o tamanho do Brasil, a falta de conversa entre os estados e municípios e a desigualdade como grandes problemas brasileiros. “O Brasil é um país desigual não só na renda, mas, por exemplo, na distribuição de médicos”, grifou. O problema, segundo o professor, está na concentração de recursos no Governo Federal e na falta de um sistema de políticas públicas, como existe na saúde (SUS) e na assistência social (SUAS). “O Governo Federal é mais ligado aos municípios, do que os Estados”, observou, dizendo que deveria haver uma rede de colaboração entre estado e municípios.
Como exemplo, o professor citou o sistema da rede de educação do Ceará, que funciona de forma colaborativa, onde cerca de 95% do ensino é municipalizado. Para o professor a dualidade de rede municipal e Estadual colabora para complexidade do sistema de ensino. “Se avaliarmos o nosso sistema de ensino nos últimos 30 anos, ele melhorou muito. Dobrou o número de universitários mas, se comparar com países vizinhos ainda temos muito que evoluir”, analisou.
Mesa redonda
Seguindo o tema de abertura, a diretora do Instituto Positivo, Eliziane Gorniak, coordenou a mesa redonda com provações como “que tipo de compromisso estamos assumindo no Brasil?”, “quais as soluções coletivas e integrada?”. O tema foi debatido pelo secretário executivo do Movimento Colabora Educação, Guilherme Lacerda; o coordenador-geral de cooperação Federativa da Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino do Ministério da Educação, Fernando Gralha de Souza; e o assessor de Movimento Santa Catarina pela Educação, Antônio José Carradore.
Fonte: Ascom