Depois das enxurradas de janeiro e fevereiro deste ano, Pomerode volta a sofrer com fenômenos naturais. No dia 16 de agosto, a Coordenadoria Municipal da Defesa Civil (COMDEC), através do telefone de emergência 199 recebeu o chamado de um morador da Rua Mato Grosso. Este relatava a existência de diversas trincas e rachaduras em sua residência, ressaltando que durante a madrugada houve a ocorrência de estalos ‘assustadores'.
Prontamente a COMDEC foi até ao local, para averiguar a situação, confirmando a presença de diversas trincas na estrutura da residência. Rapidamente iniciou o processo de evacuação e interdição da área. Os moradores foram encaminhados a Secretaria da Cidadania e Desenvolvimento Social (SECID), a qual prestou a devida assistência.
A COMDEC vem desde então, ao longo de todos os dias posteriormente aos fatos, monitorando a situação e o deslocamento do deslizamento em questão.
Foi solicitado ao Centro de Estudos e Pesquisas sobre Desastres CEPED / UFSC e à Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI), a disponibilização de técnicos especializados para análise mais detalhada da situação.
Segundo o coordenador da Defesa Civil, Ademar Marquardt, a fenda no terreno encontra-se com uma altura de 6 metros cedendo uma média de 30 cm por dia. Todos os moradores e empresas próximos à área foram notificados e caso ocorra chuva significativa, estes devem retirar-se do local.
O prefeito, Paulo Maurício Pizzolatti, está acompanhando diariamente os trabalhos da Defesa Civil e técnicos do CEPED, não medindo esforços para auxiliar as famílias que residem no local, bem como em manter os empregos e a segurança dos funcionários que trabalham na área de risco. "Estamos disponibilizando todo o maquinário necessário para atender as exigências dos técnicos do CEPED e da COMDEC", frisa o prefeito.
Medidas Paliativas
Os técnicos da AMMVI e do CEPED recomendaram à COMDEC, a retirada da vegetação na área atingida, composta por eucaliptos de grande porte, com o objetivo de aliviar o peso sobre o solo.
Foi realizada a vedação das fendas com o auxílio de um trator esteira e uma retroescavadeira, bem como a execução de drenagem na encosta, com o intuito de conduzir as águas para fora da área e evitar sua infiltração nas fendas existentes.
O proprietário do galpão localizado nas imediações da área de risco, visando defender seu patrimônio, vem realizando obras na tentativa de desviar a direção dos deslizamentos e efetuar a drenagem nas proximidades do galpão.
Laudo Técnico
A Geógrafa do CEPED / UFSC, Mari Machado, informa que em virtude da área ser muito extensa, o estudo ainda não foi concluído. "As razões geológicas ainda não foram descobertas. São várias hipóteses", explica.
O francês, Joel Bellerin, que é professor da UFSC e geomofólogo do CEPED, informa que os estudos em deslizamentos de proporção pequena são mais fáceis de se diagnosticar. "Este é mais extenso sendo necessário fazer um trabalho mais específico. Esperamos descobrir mais informações hoje", diz Bellerin.
COMDEC
Preocupada com as ocorrências de fenômenos naturais, o Conselho Municipal da Defesa Civil de Pomerode (COMDEC), trabalha visando elaborar relatórios técnicos para dar consistência a possíveis interdições, e eventualmente, demolições, e medidas de curto prazo que possam vir a ser tomadas. Entre elas, estão a retirada de aterro e de lixo e a demarcação de áreas para evitar o retorno de populações a locais de risco.
A orientação técnica da Defesa Civil Federal é que as prefeituras possuam capacitação para enfrentar os desafios que se apresentam, por meio da constituição de um grupo técnico, para atuar em momentos de emergência.
Assessoria de Comunicação de Pomerode.