Secretaria municipal de Comunicação Social de Brusque."Cada coisa tem uma essência em harmonia no universo; o papel do artista é revelá-la". A frase de Tomie Ohtake revela bem o trabalho realizado nos últimos meses no Parque das Esculturas em Brusque – Santa Catarina. O local ganhou forma e, após quatro anos de um intenso trabalho, está pronto para ser aberto à população na cerimônia de inauguração que será realizada na próxima quinta-feira, 24 de abril, às 18 horas.
No total, 40 esculturas em mármore compõem o precioso acervo do Parque, entre elas, obras de artistas renomados como Oscar Niemeyer, Francisco Brennand e Amilcar de Castro. Além deles, é possível encontrar raridades como a produção em mármore da japonesa, Tomie Ohtake, e uma das últimas obras do escultor italiano Gio Pomodoro, feita em Brusque meses antes de seu falecimento.
O acervo escultórico de Brusque ainda possui obras de autoria de variados artistas de outras partes do mundo, como Inglaterra, França, Espanha, Portugal, Alemanha, Bélgica, Bulgária, Turquia, Tchecoslováquia, Irlanda, Áustria, Líbano, Israel, China, Estados Unidos, Canadá, Argentina, são obras de 34 países.
Construído pela Prefeitura de Brusque, o Parque das Esculturas promete se tornar uma das principais atrações artísticas e culturais não apenas de Santa Catarina, mas de todo o Brasil. Além do acervo no local, outras 66 esculturas estão espalhadas pela cidade e formam a Rota 66, e prometem transformar Brusque em uma verdadeira galeria de arte a céu aberto.
Um novo marco na história
Para o secretário de Comunicação, Didi Maçaneiro, o maior acervo em mármore da América Latina está interferindo positivamente na vida diária das pessoas e atingindo assim o seu dever. "O real dever do artista é salvar o sonho, já dizia Modigliani, e o Parque nos permite sonhar, interpretar e questionar a realidade", revela.
Ainda segundo o secretário, o espaço possuiu muitas obras que marcam a história e nos fazem ver a arte de uma maneira diferente. "Além da obra "Tortura nunca mais" de Oscar Niemeyer, existem outras que nos remetem a memória das atrocidades que aconteceram no país e no mundo. A arte é o lugar por excelência da subjetividade e da criação, podendo mudar a visão de mundo e de todos aqueles que dela se acercam", complementa.
Do Simpósio à idealização de um Parque de Esculturas
As gigantescas obras que compõem o acervo do município foram esculpidas por artistas mundialmente conhecidos entre os anos de 2001 e 2007, período em que Brusque sediou diferentes edições do Simpósio Internacional de Escultura do Brasil. As 106 peças produzidas nos eventos ficaram armazenadas ao longo da rodovia Antônio Heil e imediações.
Em novembro de 2008, as enchentes que assolaram o Vale do Itajaí, atingiram a cidade de Brusque e abalaram significativamente algumas esculturas. No entanto, uma grande obra de macrodrenagem orçada em mais de R$ 2,3 milhões e realizada no local em 2009 pela Prefeitura de Brusque, com recursos do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) do Governo Federal, devolveu a segurança aos moradores da localidade e assegurou um local com estrutura suficiente para a criação do Parque das Esculturas.
Além disso, um convênio firmado com o Ministério do Turismo garantiu recursos de R$ 312 mil, que foram aplicados diretamente na construção Parque.
Ainda em 2009, o projeto ganhou mais força com novas contratações feitas pela Fundação Cultural de Brusque: a doutora em Artes Visuais, Nadja de Carvalho Lamas, e a arte-educadora professora, Roseli Moreira, que realizaram um estudo crítico e avaliativo das esculturas, visitando os locais onde estavam armazenadas as obras em um minucioso trabalho de análise das condições de cada uma delas, realizado também uma ficha catalográfica com dados do respectivo autor de cada obra.
Outra ação importante realizada no período foi o estudo curatorial sobre a alocação das peças no Parque das Esculturas e praças da cidade. Assim, foi possível identificar e definir quais esculturas ficariam no acervo do Parque e quais seriam destinadas às praças do município para formar a Rota 66 – iniciativa da Prefeitura de Brusque que proporciona para a comunidade a democratização da cultura, contribui com o paisagismo da cidade e disponibiliza mais atrativos aos turistas que visitam o município.
Com essas ações, Brusque se torna um destino certo aos apaixonados por artes plásticas, com um acervo de grande porte e valor inestimável internacionalmente reconhecido.
Secretaria municipal de Comunicação Social de Brusque.