Oportunidade para o eleitor opinar

O governo federal abriu para a consulta pública a proposta de reforma política. Isso quer dizer que partidos, entidades e eleitores poderão dizer o que querem do novo sistema político brasileiro. O texto final deve ser enviado ao Congresso ainda neste ano.

"O governo tem princípios e não vai abrir não deles, como a diminuição do peso do poder econômico e das distorções do processo eleitoral, que são enormes. Hoje a população vota de um jeito e os candidatos são escolhidos de outra forma. O sistema é uma fraude porque induz a erro", diz o secretário de assuntos legislativos do Ministério da Justiça, Pedro Vieira Abramovay.

No fim de agosto, os ministros José Múcio, das Relações Institucionais, e Tarso Genro, da Justiça, entregaram o esboço do projeto aos presidentes da Câmara e do Senado. O prazo para a entrega do texto se encerra em 15 de novembro. De acordo com Abromovay, até agora o governo recebeu mais de cem sugestões. "Tem de tudo, desde pessoa física que mandou para fazer reclamação, até a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que mandou mais estruturada, apoiando o governo, mas colocando sugestões."

O secretário afirmou que, embora a Câmara tenha diversos projetos sobre a reforma política, o governo decidiu mostrar que tem posição em relação ao tema. "Os deputados podem até não votar esses projetos, mas o governo precisa mostrar que tem posição."

Uma das propostas é mudar a forma de escolha. Atualmente, deputados, senadores e vereadores são eleitos de acordo com a votação total dos partidos. A criação de uma lista fechada estabelecida pelos partidos, antes da votação, deve ser aprovada.

Veículo: Jornal A Notícia.
Editoria: Política.
Página: 6.