Investimento em infraestrutura e uma nova lei de trânsito. Nem assim o número de mortes na BR-470 diminui. Ano passado, foram registradas 112 vítimas fatais, duas a mais que em 2007. Nem a Lei Seca, em vigor há sete meses nem o trabalho de manutenção e conservação da rodovia, que consumiu cerca de R$ 130 milhões entre 2003 e 2008, fez os números caírem.
Aliás, as estatísticas mostram que o número de mortes segue a casa das centenas desde 2004, quando 101 pessoas morreram na BR-470. Nos dois anos seguintes, foram 125 e 121. Desde 2002, quando o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) reassumiu o controle da BR-470, o dinheiro foi gasto com reparos, como o recapeamento do asfalto e acessos aos municípios de Timbó e Pomerode, além do início das obras do Trevo da Mafisa em Blumenau.
Para a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e especialistas em trânsito, não adianta melhorar a infraestrutura ou as punições, se o próprio motorista não criar consciência.
– É necessário e urgente um processo sério de educação para o trânsito. As campanhas de hoje não são educação, são um lembrete. O motorista tem que conhecer as leis e ser punido rigorosamente se não cumpri-las. Só assim aprenderá – diz o presidente do Instituto de Certificação e Estudos de Trânsito e Transporte, de Florianópolis, e mestre em Engenharia de Trânsito, José Leles de Souza.
O engenheiro lembra que as condições físicas de uma rodovia interessam aos bons motoristas, que respeitam a sinalização e o limite de velocidade. Aqueles que não se importam com os companheiros de estrada, também não se preocupam com buracos ou acostamento ruim.
Para o chefe do Núcleo de Policiamento e Fiscalização da 4º delegacia da PRF de Rio do Sul, Guilherme Kietzer, é preciso unir os investimentos na rodovia com mecanismos para combater os maus motoristas. Assim, a duplicação é importante pois deixaria a BR-470 com estrutura para receber o fluxo de veículos que aumenta a cada ano, de acordo com Kietzer.
Investimentos de 2003 a 2008 |
– R$ 524.650,06 – construção de rotatórias e acessos a Navegantes, Pouso Redondo, Indaial, Ibirama, Blumenau e Lontras, além de recuperação das travessias de Pouso Redondo e Navegantes |
– R$ 65.631.000,00 – manutenção e conservação da rodovia e recuperação da pista (pavimentação) com sinalização horizontal e vertical de Navegantes a Rio do Sul (Km 0 ao Km 139,6) |
– R$ 19 milhões – manutenção e conservação da rodovia e recuperação da pista (pavimentação) |
– R$ 7.159.004,78 – obras de acesso a Timbó e Indaial e o início das obras do Trevo da Mafisa |
– R$ 40 milhões – Serviços emergenciais depois das chuvas de novembro, como recomposição do pavimento, obras de proteção de encostas, construção de desvios e remoção de barreiras |
Fonte: Fonte: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) |
Mortes |
2000: 127 |
2001: 65 |
2002: 84 |
2003: 69 |
2004: 101 |
2005: 125 |
2006: 121 |
2007: 110 |
2008: 112 |
Total: 917 |
Média anual: 101 |
Fonte: Fonte: Arquivos Santa e Polícia Rodoviária Federal |
Acompanhe a duplicação (ANEXO 113)
O que dizem os correspondentes da BR-470 (ANEXO 114)
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 11518.
Editoria: Geral.
Jornalista: Daniela Pereira (daniela.pereira@santa.com.br).