Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 8302.
Editoria: Reportagem Especial.
Página: 6.
Jornalista: Nilson Mariano.
Enquanto a Academia Brasileira de Letras (ABL) não padronizar o vocabulário oficial, haverá uma série de dúvidas em torno da grafia de certas palavras.
Especialistas divergem, por exemplo, sobre como ficará pára-raios. No Minidicionário Aurélio da Língua Portuguesa, está "pararraios". Para o Meu Primeiro Dicionário Houaiss, "para-raios".
As diferentes interpretações, entre dicionaristas, são consideradas normais. Elas serão dirimidas em fevereiro, quando a ABL definir o novo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp). Autor do Guia Prático da Nova Ortografia – As Mudanças do Acordo Ortográfico, o professor Paulo Ledur observa que a maior dúvida se relaciona ao emprego do hífen nas palavras compostas em que se perdeu a noção de composição.
Ledur exemplifica com pára-quedas e seus derivados – pára-quedista e pára-quedismo. Acredita que perderão o acento e o hífen, tornando-se paraquedas, paraquedista e paraquedismo.
– Trata-se de norma muito subjetiva, mas suspeita-se de que a ABL inclua outros casos, especialmente aqueles em que o primeiro elemento é verbo: parachoque, pararraio, guardachuva – esclarece o professor Ledur.
Outra polêmica envolve o uso do hífen com os prefixos terminados em "b" (sub, sob, ab) quando seguidos de "r" e "b". Ledur diz que gramáticos e dicionaristas, como a equipe de Houaiss e o acadêmico Evanildo Bechara (da ABL), utilizam o hífen. Escrevem "sub-regra" e "sub-reptício". Já outros se omitem ou não usam o hífen, como o grupo do Aurélio.
Ledur segue a corrente de não usar o hífen nesses casos. Assim, as palavras seriam grafadas como "subreptício", "subreino", "subregra", "subase" (subbase), "abrogar", "sobroda", "adrenal".
Algumas dúvidas (ANEXO)
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 8302.
Editoria: Reportagem Especial.
Página: 6.
Jornalista: Nilson Mariano.