As dúvidas e as subjetividades da reforma deverão acabar em fevereiro, quando a ABL aprovar a grafia oficial das palavras. A tarefa está com o filólogo Evanildo Bechara e seus colaboradores. Bechara anuncia que irá se concentrar nas exceções citadas pelo Acordo Ortográfico. O acadêmico compara que a reforma equivaleu à montagem de um quebra-cabeças. Em muitos tópicos, encerra a explicação com um enigmático etc.
Um etc. que dará trabalho está na parte das palavras compostas que perderam, em certa medida, a noção de composição. É o caso de pára-raios e pára-quedas. Outra dificuldade é que os dois maestros da reforma – o brasileiro Antônio Houaiss e Luís Filipe Lindley Cintra, de Portugal – já morreram. Não há a quem recorrer para dissipar as dúvidas. Para Bechara, a interpretação é como uma "navegação no escuro".
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 11512.
Editoria: Geral.