Apesar do clima de festa política e de elogios mútuos entre Planalto e prefeitos, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, criticou o governo minutos depois de o presidente Lula assinar as medidas do pacote de bondades com que o governo federal brindou o encontro em Brasília.
Entre outras, o presidente assinou a medida que estende de 60 para 240 meses o parcelamento das dívidas do INSS e Ziulkoski foi logo dizendo que isso não resolve os problemas de caixa dos municípios. Cobrou da União ajuda às prefeituras. Disse que "não é possível que Brasília tome uma posição aqui, e os prefeitos tenham que executar (lá)" – uma referência ao novo piso para o magistério aprovado no Congresso, com apoio do Planalto, sem apresentação de fonte de receita.
Ao tratar do parcelamento das dívidas – cerca de R$ 14 bilhões – com a Previdência, Ziulkoski acrescentou: "É preciso que o INSS pare de abocanhar a receita dos municípios''. De pé, os prefeitos aplaudiram intensamente o discurso do presidente da CNM.
No melhor estilo "morde e assopra", Ziulkoski elogiou o governo Lula ao afirmar que a administração atual é a "mais municipalista de todas". E reclamou dos repasses da compensação previdenciária em valores inferiores aos previstos, segundo ele.
Veículo: Jornal o Estado de São Paulo.
Editoria: Nacional.
Jornalista: Tânia Monteiro e Fernando Nakagawa, de Brasília.