Com menos dinheiro em caixa por causa da queda do repasse do FPM, prefeitos agora apontam dificuldades no cumprimento do calendário das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O prefeito de Nova Iguaçu (RJ), Lindberg Farias (PT), disse ontem que os projetos do PAC no município já sofrem com a redução de 18% do FPM. Ele explicou que diversos governos municipais têm dificuldade de cumprir a contrapartida prevista nos projetos, que varia de 5% a 20% do valor da obra.
Por causa das isenções do IPI concedidas pelo governo, o FPM teve queda de R$ 2,1 bilhões. Capitais como Boa Vista, como revelou o Estado, estudam até dar calote em fornecedores.
Lindberg disse que os primeiros contratos estão completando um ano, quando é previsto reajuste pela inflação. Ele ressaltou, porém, que não há verba. "O ritmo já diminuiu e algumas empreiteiras ameaçam parar a obra."
Apesar de o FPM representar uma parcela mínima das receitas de São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) também foi recrutado para engrossar o discurso pela compensação dos municípios. "Ele está muito preocupado, assim como todos os prefeitos estão preocupados", disse o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), que se reuniu com Kassab ontem à noite. Para o parlamentar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem de corrigir o problema.
"Ele fez cortes no IPI, o que é bom para a indústria automobilística. Mas ele não pode simplesmente fazer a simpatia com o chapéu dos outros", completou.
Veículo: Jornal O Estado de São Paulo.
Editoria: Nacional.
Jornalista: Denise Madueño, de Brasília.