Longe da solução

GASPAR – Trânsito parado, estresse e atraso nos compromissos são situações que o motorista se acostumou a enfrentar diariamente ao passar por Gaspar. O crescente número de veículos registrados no município – de 15.637 em 2002 para 28.585 este ano, um aumento de 82% – não é o único motivo para o gargalo. O Departamento de Trânsito (Ditran) reconhece que Gaspar se transformou em cidade de passagem, com tráfego diário de até 15 mil veículos só na Avenida das Comunidades, sendo 70% deles de outros municípios. A prefeitura não tem soluções a curto prazo, mas estuda alternativas para reduzir os transtornos.

– É um problema resultante da falta de planejamento. A solução para o local é uma grande obra. A única forma de diminuir o transtorno naquela região é eliminar o cruzamento dos veículos – avalia o diretor-geral do Trânsito em Gaspar, Emerson Andrade.

Uma das possibilidades cogitadas para reduzir os congestionamentos é a construção de um elevado em frente à Câmara de Vereadores.

Municípios de toda a região sentem os reflexos do problema do trânsito em Gaspar. E não é só pela perda de tempo.

– O Vale do Itajaí precisa de obras de infraestrutura para, além de provocar o desenvolvimento econômico da região, aliviar o fluxo de trânsito. A economia é medida também em agilidade de deslocamento. As soluções já existem, basta aplicá-las – defende o presidente da Associação Empresarial de Blumenau, Ronaldo Baumgarten Jr.

O prefeito Pedro Celso Zuchi (PT) lembra que a implantação do Anel de Contorno, atravessando bairros da cidade, pode melhorar, mas considera a Ponte do Vale como indispensável para resolver o caso.

– O problema maior é o trânsito pesado, aquele que não tem como deslocar para os bairros. Por isso, a Ponte do Vale é a solução mais concreta – acredita.

Projetada para ser construída no Km 25 da SC-470, próximo ao Ginásio João dos Santos, a ponte está orçada em R$ 30 milhões. Os terrenos das duas margens do rio já foram comprados pela prefeitura, que pretende lançar o edital de licitação até o final deste ano. Não há prazo estimado para a entrega da obra.

– O poder público deveria ser mais ágil diante de um problema crônico como esse, a solução deveria ser priorizada – reclama o presidente da Associação Comercial e Industrial de Gaspar (Acig), Samir Buhatem.

O Ditran planeja finalizar o projeto de viabilidade da Avenida das Comunidades no segundo semestre. O órgão fará o estudo em parceria com a Secretaria de Planejamento, que vai ceder um engenheiro e um arquiteto para a análise.

Rota alternativa é a Rua Silvano Cândido da Silva

Uma das rotas alternativas apontadas para amenizar o trânsito na região central é a Rua Silvano Cândido da Silva, que em Gaspar troca o nome para Vidal Flávio Dias. A via liga a Ponta Aguda, em Blumenau, ao Belchior Baixo, e serve de acesso à BR-470. Para torná-la atrativa ao grande fluxo, seria necessário asfaltar dois quilômetros da rua em Gaspar, para que ela fique totalmente pavimentada, além dos trechos atingidos pela catástrofe no trecho em Blumenau.

– O trecho de dois quilômetros continua como nossa prioridade. Mas estamos concentrados no trabalho de recuperação da catástrofe. Ainda há muitas obras a serem feitas para recuperar o que a tragédia destruiu – explica o secretário regional Paulo França, ao lembrar que não há prazo previsto para conclusão do asfaltamento da via.

Segunda a Gerência de Infraestrutura da Secretaria de Desenvolvimento Urbano de Blumenau, 85% da obra de recuperação da Silvano Cândido da Silva já está concluído. A previsão é terminar até agosto os reparos nos dois pontos da pista afetados pela chuva de novembro.

As alternativas
– Eliminar o cruzamento de veículos, principalmente na Avenida das Comunidades
– Construção de um elevado em frente à Câmara de Vereadores
– Implantação do Anel de Contorno, atravessando bairros da cidade e fugindo do Centro
– Construção da Ponte do Vale, no Km 25 da SC-470

Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 11691.
Editoria: Geral.
Página: 10.
Jornalista: Magali Moser (magali.moser@santa.com.br).