FLORIANÓPOLIS – Um indicativo importante para Santa Catarina no quadro de gripe A pode tranquilizar a população. Em geral, dia após dia, os centros de triagem recebem menos gente. São cada vez menos catarinenses gripados indo aos locais destinados a dar a primeira avaliação da situação de saúde dos pacientes.
A conclusão é resultado de um levantamento feito com secretarias de Saúde e vigilâncias epidemiológicas de 11 cidades do Estado. Os números de atendimentos variam, principalmente, de acordo com o tempo de instalação do centro e com o clima e temperatura na cidade.
Em Tubarão, no Sul do Estado, uma das cidades que gera maior preocupação, eram feitos mais de 180 atendimentos por dia, em média, na primeira semana – a abertura do centro de triagem foi no dia 8 de agosto. Na última terça-feira, na Unidade de Saúde Humaitá, que abrigou o centro de triagem do município, o número baixou para 51.
A Capital não tem centro de triagem, e os pacientes com sintomas de gripe procuram o pronto-atendimento ou postos de saúde. A queda no atendimento chegou a 15%, segundo a assessoria de imprensa da secretaria de Saúde de Florianópolis.
Nas cidades onde os centros de triagem funcionam há mais de uma semana, os registros de aumento de atendimentos foram a exceção. Ficam por conta da segunda-feira – no fim de semana as pessoas procuram menos os centros de triagem – e pelo clima – frio e chuva geram maior procura. O aumento nas segundas-feiras foi registrado em Criciúma, no Sul do Estado, por exemplo. Em Joaçaba, no Meio-Oeste, o tempo instável fez subir a procura depois de um fim de semana com temperaturas próximas aos 30 °C. Nos dois casos, os atendimentos voltaram a cair na terça-feira.
Palhoça, na Grande Florianópolis, é o único município que registrou aumento. A justificativa é clara: o centro de triagem foi aberto na última segunda-feira (160 pessoas) e, na terça-feira, com mais divulgação do local de atendimento, houve maior procura (230).
Ontem, mais uma morte pelo vírus H1N1 foi confirmada, subindo para 10 o número total em Santa Catarina. O paciente de 22 anos, da cidade de Concórdia foi internado no dia 3 de agosto, morreu no dia 16 e só ontem veio a confirmação de que ele realmente estava com a gripe A.
A demora entre o registro dos primeiros sintomas e internação e a confirmação de que os pacientes realmente estavam com a gripe A tem gerado uma defasagem de informação. Os dados poderiam até gerar mais preocupação, mas os boletins divulgados em um dia correspondem à realidade de dias ou mesmo semanas anteriores.
A demora nos laudos é de, em média, duas semanas. Dos municípios, o material para o teste de confirmação da doença é mandado à Vigilância Epidemiológica do Estado. O material vai ao Laboratório da Fiocruz, no Rio de Janeiro. Como a maior concentração dos testes de todo o país vai para este laboratório, o resultado demora a chegar.
O Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen) espera para o dia 26 a entrega dos equipamentos que permitirão a execução dos testes. Segundo a diretora-geral da secretaria de Saúde, Carmen Zanotto, a partir do fim de agosto e início de setembro será possível a realização dos exames no Lacen, o que deve diminuir o tempo dos resultados. Atualmente, a média de exames que chega ao Lacen por dia é de 110.
Número de óbitos deve subir mais
É inegável que houve aumento no número de casos. Já são 161 confirmados em Santa Catarina, contra 70 no início de agosto e 64 há exato um mês. As mortes suspeitas eram 16 no início de agosto e 36 há apenas seis dias. Agora já somam 58.
A diretora geral da secretaria de Saúde do Estado, Carmen Zanotto, afirma que o número de mortes com confirmação de H1N1 também deve subir no Estado. Mas ressalta, por outro lado, que os números mostram a necessidade das pessoas seguirem as recomendações dos órgãos de saúde.
– Não podemos nos descuidar. Precisamos manter os hábitos de higiene, deixar os ambientes arejados, seguir a etiqueta da tosse e, diante de sintomas de síndrome gripal, procurar atendimento.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 11710.
Editoria: Geral.
Página: 12.
Jornalista: Liliani Simioni (liliani.simioni@diario.com.br).