A dificuldade em diferenciar os sintomas de uma gripe comum e da gripe A tem lotado as emergências dos hospitais e os postos de saúde de Blumenau. Estimativa da Secretaria Municipal de Saúde aponta que desde a metade de julho o crescimento foi de 30% a 40%, considerando a média do período. A busca por atendimento já provoca superlotação. Quinta-feira à tarde, por exemplo, pacientes do Hospital Santa Isabel precisaram esperar até oito horas na fila.
– Meu pai já sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e veio correndo para o hospital com os mesmos sintomas. Mas demorou oito horas para ser atendido. Se tem muita gente por causa da gripe A, que se tome uma atitude, que se faça plantão – reclamou Marli Carvalho, que levou o pai aposentado para a Emergência quinta-feira.
Muitos pacientes, preocupados com a gripe, procuram atendimento direto no Pronto-Socorro, como Fátima Salete Delgado Siqueira, que foi para a Emergência do Hospital Santa Isabel com tosse, dor de garganta e dor de ouvido, sexta-feira. Segundo o diretor-administrativo da unidade, Wilson Santin, atendimentos ambulatoriais prejudicam o serviço de emergência.
– Assim como em toda a rede, a nossa unidade está cheia de pacientes que devem procurar a atenção básica primeiro e acabam indo para o Pronto-Socorro. E isso respinga no atendimento de emergência. Pronto-Socorro não é para consulta médica – explicou.
No Hospital Santo Antônio, onde foi registrada a primeira morte por causa da gripe A, o volume de atendimento no Pronto-Socorro aumentou 50%. Do total de atendimentos, segundo o coordenador da Emergência, Turubio Alcalde Neto, 70% são de pessoas com sintomas de gripe.
Para desafogar os hospitais – dando prioridade aos casos mais graves -, será aberta terça-feira a Central de Apoio ao Atendimento da Síndrome da Gripe. É um local de triagem que vai funcionar no Centro de Saúde da Rua Itajaí, ao lado do Ambulatório Geral. Segundo o diretor de Ações da Saúde, Cláudio Pilotto, ali vão trabalhar dois médicos, dois enfermeiros e dois auxiliares das 8h às 17h.
– Neste primeiro momento, vamos trabalhar somente nos dias de semana. Se for necessário, poderemos ampliar – observou.
Além de atendimento, neste local também haverá remédios para os casos necessários. A recomendação é que qualquer pessoa com sintomas de gripe procure atendimento (veja tabela). A primeira opção é ir à unidade de saúde mais próxima de casa.
O que fazer |
Confira quando e onde você deve procurar atendimento: |
– Quando devo procurar atendimento médico? |
Sempre que apresentar, de uma só vez, tosse, dor de cabeça, dor de garganta, dores nas articulações e febre acima de 38 graus. Não há risco se você tiver apenas um destes sintomas, isolado |
– Se eu tossir ou espirrar já devo me preocupar? |
Deve se preocupar somente com a forma de tossir ou espirrar. Cubra sempre o nariz e a boca com um lenço, de preferência descartável |
– E se eu tiver tosse frequente? |
Se tiver apenas tosse e não se sentir bem, procure atendimento. Não deixe a tosse se agravar |
– Posso tomar algum tipo de remédio em casa? |
Não. Nunca se medique em casa. Procure um profissional médico. Nem compre remédio sem receita em farmácia |
– Onde devo procurar atendimento? |
Na unidade de saúde mais próxima de casa. Prefira os postos de saúde para não sobrecarregar os hospitais |
– Qualquer pessoa pode procurar o Centro de Triagem? |
Sim. O centro vai atender pelo SUS e também qualquer convênio. Não haverá custo nenhum neste atendimento |
– Que horas o Centro de Triagem vai funcionar? |
Das 8h às 17h, sem intervalo para almoço. O atendimento vai começar terça-feira no Centro de Saúde da Rua Itajaí, Bairro Vorstardt, ao lado do Ambulatório Geral |
– E à noite, quando os postos e o Centro de Triagem não têm atendimento? |
Só nestes casos ou quando os sintomas forem muito graves, procure o Pronto-Socorro mais próximo |
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 11700.
Editoria: Geral.
Página: 15.