Santa Catarina teve o terceiro maior crescimento de arrecadação de ICMS do país de janeiro a outubro de 2009 sobre igual período de 2008, com variação positiva de 3,8%. O ganho representou R$ 254 milhões a mais no caixa do Estado. Entre os outros maiores arrecadadores do Brasil, destaque também para Pernambuco (6,1%) e Goiás (5,6%), ambos à frente de SC. Minas Gerais foi o mais afetado, com perda acumulada de 8,6%.
Os dados integram o quadro comparativo dos 10 estados que mais arrecadam ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), do Ministério da Fazenda. Na média dos 26 estados e o Distrito Federal, a perda entre janeiro e outubro foi de 1,4%, segundo o ministério.
Santa Catarina teve variação positiva de 3,8%, o Rio, de 2,9%, e o Paraná, de 0,4%. Segundo o presidente da Federação das Indústria do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Alcantaro Corrêa, os dados conferem com o desempenho da indústria.
– A economia catarinense não sentiu tanto os efeitos da crise quanto outros estados. Tivemos problemas, mas continuamos recolhendo tributos e houve uma recuperação no segundo semestre – destacou.
A diversidade da indústria de SC colaborou para o resultado. Enquanto alguns setores sentiram mais a crise, outros compensaram na arrecadação.
Para o presidente da Federação da Câmara dos Dirigentes Lojistas (FCDL), Sergio Medeiros, o comércio fechou 2009 com queda de 5,5% nas vendas em relação ao desempenho de 2008. Mas apesar disso, a redução do IPI de alguns produtos aqueceu as vendas de vários segmentos do comércio, como automóveis, material de construção e linha branca. Isso colaborou para a arrecadação de ICMS.
– O modelo empresarial de SC é diferente. No Estado, os empresários não precisam tanto de capital externo ou de bancos para investir e tocar seus negócios. Isso acaba refletindo na arrecadação – explicou.
Minas Gerais e Bahia tiveram quedas significativas. Em Minas, a queda foi de 8,6%, o que significou um recuo de receita de R$ 1,7 bilhão. São Paulo perdeu 2,2% (R$ 1,4 bilhão). Também tiveram redução de receita Bahia (-5,5%), Espírito Santo (-5,2%) e Rio Grande do Sul (-2,6%).
Extrativismo e metalurgia derrubaram índice em MG
No caso mineiro, a forte retração no setor extrativo mineral (-31,2%) e no metalúrgico básico (-32,1%), setores que formam a base da economia de Minas, fizeram com que a receita caísse mais no período. Essas áreas, bem como a automobilística (que teve queda de 11%), são os que mais impulsionam a cadeia produtiva. O enfraquecimento deles afetou toda a economia industrial.
Segundo a Federação das Indústrias de Minas Gerais, a produção industrial teve queda de 13% de janeiro a outubro, na comparação com 2008. O faturamento caiu 7,3%. Outubro, porém, foi o primeiro mês em que a receita do ICMS voltou a crescer em Minas, em relação ao mesmo mês do ano anterior – variação positiva de R$ 50 milhões (2,4%).
Apenas Espírito Santo e São Paulo arrecadaram menos em outubro de 2009, em comparação com outubro de 2008. Em SP, a diferença foi de R$ 48 milhões a menos (-0,6%). No ES, a queda foi de 10%.
Desempenho por estados (anexo)
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 8671.
Editoria: Economia.
Página: 15.