Bunge quer maior prazo nos incentivos fiscais

SÃO PAULO – Os prazos dos incentivos fiscais oferecidos pelo governo de Santa Catarina serão decisivos para a Bunge Brasil manter as unidades produtivas no Estado e ampliar os investimentos. A informação é do presidente da companhia, Pedro Parente, que acredita em uma negociação favorável com o governo catarinense.

Sobre as mudanças com a unificação das empresas Bunge Alimentos e Bunge Fertilizantes na Bunge Brasil, ele disse que a diretoria ficará baseada em São Paulo. Quanto às demais áreas de gestão das unidades de negócios, Parente afirmou que ainda não há decisão tomada. Um estudo sobre isso deverá ser concluído até o final do primeiro semestre deste ano.

– Para as áreas produtivas, o fundamental é a equação econômica, que passa pelo incentivo fiscal. Se o Estado assegurar a manutenção dos benefícios que já dá para a nossa fábrica e ampliar o prazo desses incentivos, a gente não apenas garante a manutenção da unidade fabril em Gaspar, mas também considerará o município para novos investimentos no futuro – disse Parente.

A conversa que o presidente da Bunge Brasil teve, terça-feira, com a comitiva de prefeitos do Vale do Itajaí, liderada pelo prefeito de Gaspar, Pedro Celso Zuchi, também foi nessa linha. Parente a considerou positiva, porque os prefeitos ficaram satisfeitos com a possível equação da questão dos incentivos com o apoio do governador Leonel Pavan. Há expectativa, também, de incentivos municipais.

Questionado pela Agência RBS se o prazo ideal dos incentivos para a manutenção das unidades fabris seria de 20 anos, Parente disse que não sabe, mas deve ser o suficiente para permitir o retorno dos investimentos. Segundo ele, não é possível decidir um investimento com apenas seis meses de incentivo fiscal. O Estado estaria oferecendo um prazo muito curto, que não permite avaliação.

– Nós somos procurados por outros estados com o objetivo de atrair investimentos, mas estamos dizendo não. A gente prefere, primeiro, explorar o potencial da nossa fábrica em Gaspar – afirmou.

Parente disse ainda que a Bunge pode investir mais nas outras unidades que mantém em Santa Catarina – moinhos e operações logísticas – ou em outros projetos novos caso as condições sejam favoráveis. Mas disse que não pode falar em valores porque, antes, eles precisam ser comunicados ao mercado pela diretoria de relações com os investidores.

Quanto às questões logísticas, o presidente da Bunge disse que não são obstáculo para as unidades produtivas. Observou que são importantes para a diretoria da companhia que precisa se deslocar com uma certa frequência para Nova York porque a matriz da empresa fica próxima daquela cidade.

Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 11919.
Editoria: Economia.
Página: 8.