A Bunge entrou em acordo com o governo de Santa Catarina para estender os incentivos fiscais e vai manter a sede da divisão de alimentos em Gaspar, no Vale do Itajaí. A possibilidade de retirada do Estado foi aventada depois que a empresa fundiu Bunge Alimentos e Bunge Fertilizantes em uma única estrutura batizada de Bunge Brasil, em março deste ano.
Agora, a empresa estuda a possibilidade de ampliação da unidade que tem cerca de 500 trabalhadores na administração e 160 na produção de óleos, margarinas e gorduras.
Segundo o secretário da Fazenda do Estado, Cleverson Siewert, as negociações com a empresa caminharam no sentido de manter os incentivos que a Bunge já detinha. Em julho, venceria o regime do Compex – um programa estadual, já extinto, de tributação especial para empresas exportadora – da empresa.
Conforme Siewert, houve a migração para o Pró-Emprego em junho. Criado em 2007 para viabilizar a instalação de empreendimentos geradores de emprego e renda no Estado, o programa incide sobre o ICMS, com adiamento do pagamento em até 24 vezes e redução de alíquotas para importação de máquinas e na venda após a produção. Siewert diz que houve ainda renovação da alíquota de ICMS cobrada da empresa na fabricação de margarinas. Em vez dos 12%, a tributação é de 7%.
Na oportunidade da renovação dos incentivos, o Estado se colocou à disposição como o possível destino de uma nova fábrica da empresa. "Soubemos que a Bunge está prospectando novos investimentos e colocamos Santa Catarina à disposição", disse Siewert. Por meio da assessoria de imprensa, a Bunge confirmou que irá manter as operações em Gaspar e que analisa a possibilidade de investimentos, mas não detalhou os planos.
O prefeito de Gaspar, Celso Zuchi, disse que a expectativa já era que a empresa mantivesse a operação na cidade. Ele esteve reunido com o presidente da Bunge Brasil, Pedro Parente, em março. Zuchi sugeriu que a Bunge aproveitasse o potencial do cultivo de arroz na região e instalasse uma unidade de beneficiamento do grão.
Segundo o prefeito, a empresa está em fase de estudo para avaliar a viabilidade do beneficiamento de arroz. A região do Vale do Itajaí produz cerca de 700 mil toneladas e tem potencial para alcançar 1 milhão toneladas.
Veículo: Jornal Valor Econômico.
Editoria: Agronegócios.
Jornalista: Júlia Pitthan, de Florianóppolis.