A partir do dia 16 de novembro os munícipes das cidades vizinhas não serão atendidos no Pronto Socorro e nem na Policlínica do município de Timbó. A decisão foi tomada na sexta-feira, dia 29 de outubro, pelo prefeito Laércio Schuster Júnior, após ser informado que o estado não pode auxiliar o município com recursos financeiros para suprir os déficits do Pronto Socorro e da Policlínica.
Em coletiva aberta a imprensa local e regional, no auditório da Prefeitura de Timbó, o prefeito Laércio Schuster Junior, afirmou que pela parte da manhã esteve reunido com os prefeitos de Rio dos Cedros, Rodeio, Doutor Pedrinho e Benedito Novo e os comunicou sobre a decisão da suspensão dos atendimentos no Pronto Socorro e na Policlínica a partir de 16 de novembro, aos cidadãos destes municípios.
Laércio afirmou que precisou tomar esta atitude depois que o Estado, através da Secretaria de Desenvolvimento Regional – SDR de Timbó comunicou que não tem possibilidade de fazer qualquer tipo de convênio para garantir o custeio do Pronto Socorro e da Policlínica para os atendimentos aos municípios vizinhos.
Laércio afirma que com a negativa da Secretaria do Estado da Saúde em ajudar com recursos, precisou decidir pelo cancelamento do convênio com o Estado, que previa atendimento aos municípios vizinhos. "O município de Timbó não tem mais recurso para pagar a conta dos pacientes dos municípios vizinhos e muito menos infraestrutura para atender a demanda crescente", frisou o prefeito.
Laércio ainda ressaltou que a reunião solicitada pelos prefeitos em 15 de outubro com o secretário de Saúde Roberto Hess de Souza não aconteceu e foram apenas informados que a Secretaria de Estado da Saúde delegou à SDR de Timbó a responsabilidade de tratar do assunto com os prefeitos da região.
O prefeito explicou que há sete meses o município de Timbó vem discutindo os problemas do déficit no custeio dos atendimentos no Pronto Socorro e na Policlínica de Timbó, com os secretários da Saúde e prefeitos de Rio dos Cedros, Benedito Novo, Doutor Pedrinho e Rodeio. "Os prefeitos estão cientes que o município de Timbó não tem condições de manter o serviço sem a ajuda do Estado, por isso nós prefeitos, dos cinco municípios envolvidos solicitamos uma reunião com o secretário de Estado da Saúde, que foi negada e repassada às responsabilidades para a SDR de Timbó que pode apenas nos auxiliar com investimentos para a infraestrutura. Assim sendo, não temos alternativa senão a partir do dia 16 de novembro suspender os atendimentos do Pronto Socorro e da Policlínica para os quatro municípios vizinhos", conclui Laércio.
Na quinta-feira, durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Regional da SDR de Timbó, o gerente de Saúde da Secretaria de Desenvolvimento Regional, Flávio Betti da Cruz, explicou aos prefeitos que o Estado não pode arcar com os custos dos atendimentos, mas estaria disposto a liberar investimentos para que os municípios possam ampliar a estrutura das Unidades de Saúde para melhor atender os munícipes.
No final da coletiva de imprensa, o prefeito frisou que a negativa de auxílio do estado para o município na questão do Pronto Socorro e da Policlínica será levada ao conhecimento do Ministério Público.
Municípios vizinhos
A decisão do prefeito Laércio leva os prefeitos dos municípios de Benedito Novo, Doutor Pedrinho, Rio dos Cedros e Rodeio a buscarem alternativas para os casos de urgência e emergência e especialidades antes atendidas em Timbó. Neste sentido os prefeitos e secretários de Saúde irão reunir-se durante está semana para analisar a situação novamente.
Déficit da Saúde
Em janeiro de 2009, o número de atendimentos girava em torno de 1.800 por mês, incluindo pacientes de Timbó e região. No decorrer do ano esse número cresceu de forma expressiva e saltou para três mil atendimentos por mês. Em 2010, de janeiro a agosto o número de atendimento superou a quantidade registrada em todo o ano de 2009. Cada atendimento tem um custo estimado em R$ 105,00. Neste cálculo, estão computados todos os custos operacionais, como pessoal, estrutura funcional, materiais e remédios. Deste valor, o Estado repassa ao município apenas R$ 10,00 por atendimento, sendo que o restante, R$ 95,00 são bancados pela Administração Municipal. Juntando esta diferença com o aumento de 2 mil para 3 mil atendimentos por mês, a Secretaria de Saúde de Timbó tem déficit de R$ 500 mil até agosto, somente na urgência e emergência. Ainda há R$ 100 mil de dívidas da Policlínica.
Veículo: Jornal do Médio Vale.
Edição: 1232.
Editoria: Timbó.
Página: 4.
Jornalista: Clarice Daronco (clarice@jornaldomediovale.com.br).