Mais do que fazer um balanço, hoje é dia de Blumenau fechar um ciclo. Em 2008, ficamos marcados por uma das maiores tragédias climáticas do país. Após as medidas emergenciais, mensuramos a destruição e calculamos que precisaríamos de dois anos para reconstruir casas, ruas e pontes devastadas. E foi exatamente isso o que aconteceu. Em 24 meses vemos uma cidade renovada, em espírito e infraestrutura. Não apenas reconstruímos aquilo que foi assolado, mas sim, construímos novamente, de forma planejada e de olho no crescimento urbano ordenado.
Depois do que passamos, era difícil acreditar que atingiríamos o objetivo. O nível do rio Itajaí-Açu chegou ao pico de 11,52 metros, já que nos dias 22 e 23 de novembro choveu 494,4 milímetros, quase três vezes mais do que a média mensal. O maior problema, contudo, foram os deslizamentos, que atingiram 3 mil pontos.
Cerca de 2 mil imóveis foram destruídos ou danificados, deixando mais de 25 mil pessoas desalojadas ou desabrigadas. Ativamos 64 abrigos para atender as famílias que perderam as casas e, mais tarde, montamos complexos de moradias provisórias considerados modelo pela Cruz Vermelha Alemã.
No auge da tragédia, anunciaram que recursos não faltariam para nossa recomposição. De fato, conhecemos a solidariedade dos brasileiros, cujas doações somaram R$ 8,2 milhões, sendo destinados à compra de terrenos para construção de moradias. Já o governo federal, que assinou uma MP de R$ 1,6 bilhão para as cidades atingidas por cheias em 2008, depositou no caixa da prefeitura R$ 24,8 milhões. Valor bem abaixo dos R$ 336 milhões solicitados em projetos.
Além disso, mesmo vivendo uma situação atípica, Blumenau passou por todos os trâmites legais. Em dois anos, 60% do tempo foi gasto para vencer a burocracia. Mas, mostramos, novamente, que o nosso povo não teme arregaçar as mangas e partir para o trabalho. Agora, vamos continuar focando no planejamento, visando construir um futuro ainda melhor.
JOÃO PAULO KLEINÜBING|Prefeito de Blumenau
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12103.
Editoria: Artigo.
Página: 2.
