O governo vai sugerir ao Congresso um corte de R$ 8 bilhões em projetos e obras do Orçamento de 2011 para ajustar as contas à nova estimativa de receitas, que ficou menor.
A lista será entregue à Comissão Mista de Orçamento na segunda-feira, segundo informou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Pressionada para aumentar as despesas, a área econômica vem propagando a necessidade de reduzir gastos previstos para o ano que vem.
A despeito da possível queda de receitas, a equipe econômica tem o desafio de manter os investimentos, cumprindo orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente eleita, Dilma Rousseff.
A futura ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse, ontem, que Dilma quer preservar, ao máximo, os investimentos da segunda versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Esse programa seria o candidato natural a ser cortado, porque não começou a sair do papel.
Nesse quadro, há pouco espaço para acomodar novas despesas consideradas não prioritárias pelo governo, como o aumento do mínimo. Bernardo disse que haverá diálogo com as centrais sindicais sobre o assunto, mas o governo, com aval de Dilma, vai defender que seja aplicado o mesmo critério utilizado desde 2006: correção pela inflação do ano anterior, mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos atrás. Isso resulta em R$ 540 para 2011.
Em relação a possíveis cortes no PAC, o ministro da Fazenda, Guido Mantega disse que as obras do atual programa (PAC 1) continuarão no ritmo atual, mas confirmou que o governo deve atrasar o início de novos investimentos previstos no PAC 2.
A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) substituiu, ontem, Ideli Salvatti na relatoria do Orçamento.
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 9016.
Editoria: Política.
Página: 10.