BRUSQUE – Construção de tubulações reserva, substituição de pontes, desobstrução de valas e abertura de encostas são tarefas do projeto de escoamento de água na rede pluvial que começou a tomar forma em Brusque. O objetivo é evitar que a cidade sofra com inundações como ocorreu em 2008. Há seis meses as obras começaram e quando concluídas, em 2012, devem dar vazão à água diretamente ao Rio Itajaí Mirim. O custo total é de R$ 74 milhões, parte do governo federal com contrapartidas da prefeitura. As atividades começaram nas bacias Azambuja e Nova Brasília, beneficiando dois bairros e obstruindo duas ruas. Trezentos metros foram abertos para a inserção da nova tubulação. No total, serão oito quilômetros. O secretário municipal de Obras, Antônio Maluche Neto, explica que 14 bacias devem ser atingidas até o final do ano que vem. Em cada local, um conjunto de serviços será executado. Nestes dois primeiros serão construídos tubos reserva, de até três metros de largura. Não serão destruídas as valas existentes, apenas será construído um espaço reserva para conduzir a água em caso de chuva intensa. – Não queremos correr o risco de inundações como em 2008, por isso estamos nos prevenindo. Quando estiver tudo pronto teremos certeza que não haverá mais enchentes em Brusque – aposta. Voluntários formam núcleos da Defesa Civil Além de tubulações, em alguns pontos serão substituídas as pontes por outras mais altas, dificultando que a água dos córregos supere a área de passagem. Em outros locais será feita a macrodrenagem e a construção de galerias. Há necessidade ainda de desobstruir valas e de abrir encostas para tornar rápido o escoamento. Outra ação de prevenção foi a descentralização da Defesa Civil. Foram criados núcleos responsáveis por orientação para casos de emergência. Há 120 voluntários espalhados pelas áreas de risco. – Eles são a Defesa Civil do bairro. Alertam sobre áreas de risco e foram treinados para ajudar na remoção das famílias – explica o diretor da Defesa Civil de Brusque, Eliseu Muller. ESTRAGOS EM 2008 |
O nível do Rio Itajaí-Mirim ficou bem acima do normal, mas a água acabou escoando para Itajaí. Em Brusque, foram os deslizamentos que causaram prejuízo. No dia 22 de novembro de 2008, mais de 100 casas foram interditadas e quase 500 pessoas ficaram desabrigadas. Durante a catástrofe, um homem morreu num deslizamento de terra |
Ações executadas |
– Contenção do morro atrás das casas localizadas em áreas de risco nos bairros Águas Claras, Santa Rita, Nova Brasília e loteamentos Cyro Gevard e Dom Nelson |
– Criação dos Núcleos de Defesa Civil (Nudecs), onde 120 voluntários trabalham na prevenção. Essas pessoas receberam capacitação e atualmente auxiliam a Defesa Civil. Os voluntários identificam os perigos, orientam e ajudam na remoção de famílias |
Ação planejadas |
– Finalizar o sistema de escoamento de água na rede pluvial |
– Projeto de prevenção na encosta de todos os morros |
– Mapeamento completo das áreas de risco da cidade e retirada das famílias que moram nestes locais |
– Finalizar o loteamento Jardim Sesquicentenário, no Bairro Limeira. Este local servirá para abrigar as pessoas que moram em área de risco |
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12121.
Editoria: Geral.
Página: 16.
Jornalistas: Raquel Vieira (raquel.vieira@santa.com.br) e Patricia Auth (patricia.auth@santa.com.br)