Empresas concordam com mudança

As principais importadoras com sede em Santa Catarina aguardam com expectativa a posição oficial da administração Raimundo Colombo sobre o Pró-Emprego.

Da lista de companhias que compraram mais de US$ 50 milhões em 2009, a Brasil Mundi e a First SA, ambas tradings (empresas que operam no comércio exterior), aprovam as revisões no programa, mas defendem que ele continue para que seus negócios permaneçam no Estado.

O diretor da First SA, Marcelo Galiberne Ferreira, acredita ser pouco provável que o Estado fique fora da disputa com o restante do país em torno de benefícios fiscais.

– O governo está certo em arrumar a casa, porque houve um momento em que o mercado ficou muito aberto. Será positivo para o Estado esta peneirada. Que fiquem apenas as empresas sérias e que trazem benefícios para o mercado – defende Ferreira.

Criada em 1999, a First SA é o braço de comércio internacional do First Group, que, entre outras empresas, inclui a Midea do Brasil, maior fabricante de ar-condicionado split do mundo. A empresa, que ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão em importações via SC em 2010, tem operações "mínimas" em outros quatro estados, e pretende continuar investindo maciçamente em Santa Catarina.

Para isso, afirma Ferreira, precisa continuar tendo benefícios que são vistos como condições básicas para a operacionalização dos negócios.

Regime especial é considerado fundamental

Criada há cinco anos sob o incentivo fiscal lançado pela Secretaria da Fazenda que precedeu o Pró-Emprego, a Brasil Mundi importa maquinários e matérias-primas para a indústria catarinense. A dona, Cláudia Mocelin, afirma que a empresa só existe por conta do regime especial tributário oferecido por SC.

– Fala-se muito de guerra fiscal, mas estes incentivos trazem benefícios para a indústria catarinense e geram emprego. Na nossa festa de final de ano, reunimos 45 pessoas que dependem da nossa empresa e destas políticas – revela Cláudia.

O grupo capitaneado pela empresária criou ainda a Eixo Brasil, voltada para o setor plástico, em função do Pró-Emprego catarinense.

Cláudia concorda o foco dos benefícios deve estar sobre as empresas que priorizam o mercado catarinense. Para ela, além de melhorar os critérios para concessão do benefício, o governo deveria promover uma fiscalização mais efetiva.

– A revisão do programa vai afetar pouco o nosso volume de negócios. Empresas que se beneficiaram do Pró-Emprego para mandar os produtos especialmente para fora do Estado serão as mais afetadas.

Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 9042.
Editoria: Economia.
Página: 14.
Jornalista: Alessandra Ogeda (alessandra.ogeda@diario.com.br).