Depois do susto da última quinta-feira em Pomerode, quando a chuva inundou rios e alagou boa parte da cidade, as famílias começaram a voltar para casa e enfrentar os prejuízos. Na casa de Alcione Sardanha, na Rua Lorenz Engels, Bairro Testo Central Alto, parentes ajudaram a retirar a lama. Na frente do imóvel, uma montanha de móveis estragados.
– Não temos nem roupas limpas para vestir – lamentou.
O casal Araújo e Nadir Tomaselli, de Rio dos Cedros, também perdeu quase tudo que tinha. O rio que passa a 300 metros da casa, na Avenida Tiradentes, no Centro, invadiu todos os cômodos do imóvel.
No quarto do casal, chegou a 20 centímetros de altura. Na garagem, os dois carros e uma moto ficaram totalmente cobertos pela água suja.
– Não conseguimos salvar nada dos móveis – lamentava Nadir.
Um guincho e um caminhão foram chamados para retirar os veículos. O prejuízo, calcula Tomaselli, chega a R$ 15 mil. Sofás, eletrodomésticos, colchões, roupas. Não sobrou nada. Quase nada: um violão e uma caixa acústica ficaram intactos.
Em Joinville, um drama parecido. Gilmara Kienen Antunes, de 35 anos, está num abrigo com o marido, o irmão e mais sete filhos. Desde a enchente que atingiu o Estado quase inteiro no fim de 2008, Gilmara conta que aprendeu a depender da solidariedade dos outros.
– Não temos condições de nos mudar e aprendemos a viver assim. Não temos guarda-roupa, fica tudo dobrado num canto, pois nem adianta, vem a chuva e leva tudo. Meus filhos ficaram desesperados.
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 9107.
Editoria: Geral.
Página: 40.