As disciplinas de ciência, tecnologia, cultura e trabalho vão fazer parte do novo currículo do ensino médio. As mudanças foram aprovadas, ontem, pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e dão mais autonomia às escolas públicas e privadas na elaboração da grade curricular. O ministro da Educação, Fernando Haddad, precisa homologar a proposta para que as mudanças entrem em vigor.
A proposta do CNE é tornar a grade curricular mais atrativa aos jovens e combater a desistência dos alunos do ensino médio. Cada escola vai poder escolher entre quatro áreas de atuação para focar o seu currículo.
De acordo com as novas regras, poderá aumentar ou diminuir o número de horas-aula das disciplinas fundamentais, como português ou matemática. Uma escola de uma região industrial, por exemplo, pode focar seu currículo na área de tecnologia e reduzir a carga horária de disciplinas de física e química.
No ensino médio, a atual carga mínima de estudo é de 2,4 mil horas, divididas em dois conjuntos de disciplinas: a base comum, com as matérias mais tradicionais, como português e matemática, e a base diversificada, que traz os conteúdos eletivos, escolhidos diretamente pela escola. O aluno precisa ter sua carga horária dividida em 75% das matérias tradicionais e outros 25% da base diversificada.
O CNE também aprovou que a escola pode trabalhar até 20% de conteúdo à distância. Além disso, os estabelecimentos terão autonomia para aumentar o período letivo no turno da noite, dando mais tempo aos alunos para concluir os estudos.
O texto aprovado na tarde de ontem pelo CNE altera as diretrizes brasileiras para o ensino médio, em vigor desde 1998. A proposta foi estudada por oito meses pelo conselho.
Secretário avalia como positivas as medidas
Na avaliação do secretário estadual de Educação de Santa Catarina, Marco Tebaldi, as mudanças são positivas e o aluno será o grande beneficiado. Ele explica que a alteração aprovada ontem pelo CNE é conceitual e as escolas não vão precisar incluir novas disciplinas na grade curricular.
– É importante priorizar no ensino médio a relação com o trabalho para iniciá-lo no mercado de trabalho. Há muitas escolas catarinenses que já têm essa percepção, sendo que há casos em que alunos têm até uniforme diferenciado – diz o secretário.
Linhas gerais (anexo).
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 9160.
Editoria: Geral.
Página: 40.
Jornalista: Dayane Nunes.