Prever enxurradas e deslizamentos com mais precisão será possível agora, com a instalação de nove estações telemétricas nos ribeirões de Blumenau. As informações sobre volume de chuva, velocidade dos ventos, umidade e temperatura abastecem, via internet, o sistema do Centro de Operação do Sistema de Alerta da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí (Ceops), ligado à Furb. Os dados criarão um histórico de comportamento dos ribeirões, disponível aos pesquisadores com muito mais agilidade do que o sistema manual que funciona hoje. Atualmente, há 21 réguas monitoradas por pessoas da própria comunidade cada vez que chove. No site do Ceops, os moradores também terão acesso a informações sobre os ribeirões Itoupava, Velha, Fortaleza, Garcia e Rio do Testo. Estes equipamentos se somam às duas estações já existentes na cidade e a outras 13 em funcionamento na Bacia do Rio Itajaí-Açu. Como o monitoramento da Bacia também é feito pelo setor da Furb, as estações do Alto e Médio Vale e as novas de Blumenau estarão interligadas. O coordenador do projeto, Dirceu Severo, acredita que, depois de cruzados os números e estabelecidos padrões, será possível criar um sistema de alerta para a população por meio de uso de sirenes: – Assim que tivermos os dados, vamos nos reunir com a Defesa Civil para que eles possam instalar um sistema de aviso diante da elevação dos níveis do rio e dos ribeirões, mas ainda não há prazo para ocorrer. Leva no mínimo um ano para coletar as informações. As nove estações telemétricas foram adquiridas por R$ 100 mil, com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). Os equipamentos foram instalados em dois pontos de cada ribeirão, sendo que um deles mais próximo à foz. Os dados são atualizados de período em período, conforme estabelecido pelos coordenadores, dependendo das condições climáticas. Quanto mais chove, mais regular é o envio de informações para o sistema on-line do Ceops. – As novas estações são importantes porque tudo será feito com mais rapidez, para alertar a população sobre os alagamentos antes que eles ocorram – avalia o secretário interino de Defesa Civil de Blumenau, Egídio Borba. Os alagamentos que atingiram Pomerode em janeiro, por exemplo, poderiam ter os impactos minimizados, se o sistema de telemetria funcionasse na cidade vizinha. A chuva que começou à tarde inundou ruas no final da noite. Porém, quando a enxurrada vem de repente, como na Vila Itoupava, também em janeiro, o novo sistema pouco ajuda. Em um temporal de 40 minutos, seria possível prever a cheia 20 minutos antes de ocorrer. Serviço |
Ceops – Acesse as informações dos ribeirões em http://ceops.furb.br e entre nos links Sistema de Alerta e Monitoramentos de Blumenau. |
CONTROLE MANUAL |
– Blumenau tem 21 pontos onde estão instalados pluviômetros manuais. Pessoas treinadas pela Defesa Civil fazem a medição nos dias de chuva, a partir de réguas dentro do rio e ribeirões. No final do mês, o órgão recolhe os dados e encaminha ao Ceops. |
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12238.
Editoria: Geral.
Página: 12.
Jornalista: Anderson Silva (anderson.silva@santa.com.br).