O inventário deve permitir uma radiografia das florestas, com dados de crescimento, qualidade, composição genética e disponibilidade das plantas. A motivação do estudo, segundo a Epagri, foi a resolução de 2001 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, que suspendeu temporariamente o corte de árvores como araucária, imbuia, canela-preta e cedro. A extração só poderia ser feita se comprovada, com informações científicas, a possibilidade de utilização, garantindo a sua preservação. Com as leis seguintes de prevenção à Mata Atlântica, o corte de madeira ficou praticamente proibido no Estado.
O pesquisador da Epagri Luiz Toresan explica que o inventário foi a solução para se fazer o manejo florestal sustentável. Além disso, o levantamento permite ao Estado desenvolver novas políticas de preservação e conscientização ambiental. O estudo também englobou a análise socioeconômica de 777 agricultores e revelou que as pessoas não têm visto a mata como algo positivo, com potencial para alimentos e até remédios.
Com as informações do inventário, será possível negociar créditos de carbono com outras regiões e até com outros países. Caso SC libere pouco carbono – causador do efeito estufa – na atmosfera, pode vender parte da cota de emissão para algum país que polua mais pela frota maior de carros, por exemplo.
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 9227
Editoria: Geral.
Página: 4.
Jornalista: Gabrielle Bittelbrun (gabrielle.bittelbrun@diario.com.br).