Sessenta e seis dias após o anúncio pela presidente Dilma Rousseff da criação de um campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em Blumenau, o esboço do projeto que prevê a incorporação da Furb pela UFSC ainda não saiu do papel. O prazo inicial estipulado pelo Ministério da Educação (MEC) para receber a proposta de fusão era 16 de setembro, 30 dias após o anúncio. A data limite foi prorrogada por mais um mês, mas o projeto ainda patina nas mãos do grupo de estudo. Entre os motivos do atraso estão a enchente e a greve dos servidores da UFSC, além das eleições para escolha do novo reitor da universidade federal, dia 10 de novembro, e a eleição dos novos representantes do Sindicato dos Servidores Públicos do Ensino Superior de Blumenau (Sinsepes), que será hoje.
– O assunto na UFSC é a eleição do novo reitor. Estou agoniado e angustiado porque estamos com o projeto atrasado- reconhece o reitor da UFSC, Alvaro Prata.
O reitor da Furb, João Natel, também demonstrou preocupação com o atraso na proposta, mas garantiu que não haverá prejuízo com o adiamento dos estudos porque a oferta de vagas de Ensino Superior gratuita só vai ocorrer no segundo semestre de 2012.
Segundo Prata, o estudo está sendo concluído pela administração da UFSC. A ideia analisada prevê a oferta de 10 cursos para o ano que vem, o que deve totalizar 500 vagas. Os cursos ainda não foram definidos, mas estuda-se a possibilidade de incluir cerca de cinco licenciaturas. A proposta ainda deve ser aprovada pela Furb para depois ser encaminhada para avaliação do MEC. Prata pretende apresentar este esboço à reitoria da Furb até a próxima semana.
A incorporação da Furb pela UFSC iniciando por alguns cursos de graduação foi uma sugestão do próprio Conselho Universitário da Furb, em reunião no começo de setembro. O grupo também sugeriu que pós-graduação seja oferecida a partir de 2012 e que a inclusão de novos cursos acontecesse após a incorporação dos já existentes. O Conselho Universitário da Furb também sugeriu que toda a incorporação seja feita em um prazo de 36 meses. Estas propostas estão sendo analisadas pelo grupo de estudo da UFSC.
O coordenador do Comitê Pró-Federalização da Furb, Clóvis Reis, também reclamou da falta de informações sobre os estudos. Disse que desde a visita que a comitiva da Furb fez à UFSC, em setembro, não se falou mais sobre o assunto. Prata explicou que desde então os estudos foram concentrados internamente na UFSC, que identificou os primeiros cursos que poderão ser incorporados.
– O mais importante é ter o projeto aprovado e legitimado pelos centros acadêmicos e pela administração de cada universidade. Quero gastar este tempo agora para depois cumprir todas as próximas etapas – disse Prata.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12353.
Editoria: Política.
Página: 4.
Jornalista: Giovana Pietrzacka (giovana@santa.com.br).