O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, dá hoje mais uma demonstração de sensibilidade politica e espírito público. Com uma elogiável agilidade, o ministério está tomando providências para que os municípios castigados pelas enchentes possam iniciar logo o processo de reconstrução. Ele vem para liberar R$ 69,5 milhões, recursos para recuperação das cidades mais castigadas. O governo do Estado receberá R$ 50 milhões para uso nas obras de infraestrutura e para os municípios que decretaram situação de emergência. Os outros R$ 19,5 milhões beneficiarão aqueles que decretaram calamidade pública. Entre aqueles mais necessitados destaca-se Rio do Sul, que teve milhares de casas, empresas, lojas e instituições cobertas pelas águas. Vai receber R$ 4 milhões para reconstrução. É praticamente nada para as necessidades mínimas de reconstrução. Para se ter uma ideia, a cidade fica travada todos os dias, no fim de tarde. O trânsito está limitado a poucas vias. Oito pontes que facilitavam o fluxo de veículos foram destruídas. Só uma delas exigirá investimentos de mais de quatro milhões de reais. E sem estas obras a cidade continuará sem mobilidade urbana, garante o prefeito Milton Hobus.
O secretário da Defesa Civil, Geraldo Althoff , está defendendo junto ao governo federal que a transferência dos recursos para reconstrução seja feita diretamente aos municípios. Afirma que o governador Raimundo Colombo tem posição idêntica. Mas, admite Althoff, há problemas burocráticos a superar. E ele não tem certeza de que a descentralização sonhada por todos os prefeitos venha acontecer este ano. A prefeitura de Blumenau não está contemplada nos recursos de hoje. Segundo o prefeito Joao Paulo Kleinübing, porque as informações sobre todas as obras de reconstrução foram repassadas ao Deinfra, que terá a responsabilidade pela execução, seguindo rotina de casos anteriores.
Avanços
Geraldo Althoff também comemora as ações rápidas do governo federal para liberar as verbas orçamentárias prometidas. O fato está acontecendo 40 dias depois da ocorrência. É recorde absoluto. O prazo normal em outras enchentes era de um a dois anos. Na inundação de 2008, Althoff era o coordenador do Grupo Reação. Apesar de todos os esforços realizados, o dinheiro só veio seis meses depois. Milton Hobus tem registro positivo a fazer também sobre esta velocidade singular. Amanhã haverá o lançamento do programa de financiamento das empresas atingidas pelas enchentes. Lá estarão superintendentes do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, os presidentes do Badesc e BRDE, além de Raimundo Colombo. Sairão os primeiros contratos com as empresas que se habilitaram a obtenção de empréstimos subsidiados, com juros menores e carência estimulante. Outro feito positivo dos organismos financeiros estaduais e federais. Igualmente inédito no Estado.
A Caixa Econômica Federal também tem boas notícias. Anuncia para segunda-feira um mutirão na cidade de Rio do Sul para agilizar o processo de liberação integral do FGTS dos trabalhadores. Está deslocando um batalhão com 420 empregados, de vários pontos do Brasil, para antecipar a aprovação dos processos. A previsão do superintendente em Santa Catarina é de começar a creditar os saldos do fundo no dia 1º de novembro. Fato incontestável: estas ações rápidas colocam vitaminas e elevam o astral dos trabalhadores, das famílias e dos empresários de Rio do Sul e de todo o Vale do Itajaí.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12353.
Editoria: Política.
Coluna: Moacir Pereira (moacir.pereira@gruporbs.com.br).
Página: 6.