As BRs 101 e 470 estão entre as rodovias do Estado avaliadas pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), que divulgou ontem os dados. Na BR-470, foram vistoriados 363 quilômetros. As avaliações para as características vão de regular a ótimo, sendo bom para o estado geral, ótimo para o pavimento, bom para a sinalização e regular para a geometria. Comparadas ao ano passado, as condições da rodovia melhoraram, já que o estado geral era considerado regular, o pavimento bom, a sinalização regular e a geometria regular. Neste último quesito, as variáveis pesquisadas englobam o tipo e perfil da rodovia, faixa adicional de subida e condição, curvas perigosas e acostamento.
Especialista em Trânsito, Ricardo Bondan critica a avaliação da geometria. Para ele, a BR-470 está longe de ser regular neste quesito:
– Acho que se enganaram na avaliação. É só andar entre Curitibanos e Navegantes para constatar que as pistas são sinuosas e oferecem muitos riscos aos motoristas.
O especialista concorda que na questão de manutenção das pistas a situação melhorou, mas ainda está longe da ideal. Para o inspetor-chefe da 4ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal, João Atadeu de Melo, o asfalto apresenta, sim, boas condições de trafegabilidade. Porém, ele aponta outros itens que devem ser melhorados:
– A sinalização está boa, mas não é a melhor. Os acostamentos também precisam de atenção.
O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Elifas Marques, atribui o bom estado da pavimentação e da sinalização da BR-470 aos trabalhos de recuperação da rodovia. Ele destaca que, desde 2009, investimentos foram feitos em manutenção do pavimento e placas.
– É claro que gostaríamos que estivesse melhor ainda. O que precisamos é de novos convênios para dar continuidade aos trabalhos – argumenta.
Até ontem à tarde, a rodovia considerada boa registrava 123 mortes desde o início do ano.
Segundo a pesquisa, a BR-101, na parte concedida e administrada pela Autopista Litoral Sul, é avaliada como ótima. Apenas o quesito geometria é considerado bom. Este trecho compreende 217 quilômetros. Para a especialista em Direito, Gestão e Segurança de Trânsito, Karine Fátima Winter, a avaliação é equivocada. Ela diz que no trecho da rodovia em Itajaí a realidade é outra.
– Fico admirada com o resultado, pois quem anda nela sabe que, apesar da concessão, basta dar um dia de chuva para aparecerem buracos. Diante do tráfego, do porto, aeroporto e turismo que temos no Litoral, a BR-101 deveria ter três pistas, em vez de duas – avalia.
Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12359
Editoria: Geral
Página: 16
Jornalista: Tatiana Santos (tatiana.santos@santa.com.br)