As pequenas empresas brasileiras exportam pouco

Um dos painéis do Encontro Econômico Brasil-Alemanha realizado em Blumenau, de 18 a 20 de novembro, teve como tema as oportunidades para as pequenas e médias empresas nos mercados internacionais.

Thomas Michael, da sociedade alemã para a cooperação técnica (GTZ InWEnt) informou que esta organização está presente em 100 países e, no Brasil conta com a parceria da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e Sebrae.

A GTZ incentiva os países parceiros a ampliar as estratégias para competitividade, através de análise econômica em abordagens integradas à macropolítica. O foco é obter efeitos estruturais além de oferecer financiamento e treinamento.

Na Alemanha os projetos tem o apoio do governo alemão e da União Européia, para que as pequenas e médias empresas ocupem espaços nos mercados onde a organização conta com parceriais. Conforme Michael, o mesmo modelo alemão pode ser implementado por empresas brasileiras, com a vantagem de que, "além dos recursos econômicos, oferecemos a logística para quem deseja investir no país", informa.

O presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Lucas Izoton, demonstrou aos empresários alemães o cenário empresarial brasileiro, formado por pequenas e micro empresas. "Em 2005 foram registrados 5,5 milhões de empresas destes portes", relatou. 

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), as empresas de grande porte representam 68,9% e responsáveis por 91,5% das exportações brasileiras. "Está na hora de incentivar  as médias, pequenas e micro empresas a exportar", alertou.

Izoton relacionou os principais problemas para as empresas brasileiras de pequeno porte: acesso ao crédito, falta empreendedorismo e de consórcios de exportação e o cambio atual, "que segundo especialistas deveria estar no patamar de 2 a 3 reais, e não 1,70. Isso prejudica a competitividade, tirando essas empresas do comércio internacional", finalizou.

Lars Grabenschöer, vice-presidente da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha, em  São Paulo, falou sobre a importância da exportação para a Alemanha, pois 85% das empresas alemãs exportam, devido aos incentivos do governo. Segundo ele, existem 1.200 empresas alemãs associadas. "Através da câmara elas já investiram aproximadamente 19 bilhões de dólares, e podemos ampliar ainda mais os investimentos alemães", comenta.

José Frederico Álvares, gerente de Comércio Exterior da Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que a entidade tem dois programas para fortalecer e estimular as empresas de pequeno e médio porte a atuarem no mercado externo". Álvares destacou a atuação do Sebrae na busca pela competitividade empresarial das pequenas empresas e o programa Export CNI, que facilita as vendas no exterior através de exposições e capacitação do pequeno empresário.

Fonte: Ascom AMMVI com colaboração da Assessoria de Imprensa do evento