O governo federal lançou ontem, 5 de dezembro, o Programa Mais Saúde, que prevê investimentos de R$ 88,6 bilhões na área ao longo dos próximos quatro anos. Parte desses recursos – R$ 64,6 bilhões – sairá do Plano Plurianual e o restante – R$ 24 bilhões -, da Emenda Constitucional 29 e da CPMF.
Nos próximos quatro anos, a Região Centro Oeste receberá R$ 5,2 bilhões, a Região Nordeste, R$ 19,6 bilhões, a Região Sudeste, R$ 31,7 bilhões, a Região Norte, R$ 5,4 bilhões, e a Região Sul, R$ 11 bilhões.
O Mais Saúde tem quatro pilares estratégicos para abranger a complexidade do setor: promoção e atenção, trabalho e controle social; gestão, trabalho e controle social; ampliação do acesso com qualidade; e desenvolvimento e inovação em saúde.
Para assegurar que o dinheiro seja efetivamente gasto em saúde, o Mais Saúde traz inovações, como o estabelecimento de contratos entre estados e municípios e o Ministério da Saúde que estabelecerão os objetivos e os indicadores de saúde que devem ser atingidos.
Veja as principais metas do programa:
Saúde da família
-
Ampliar o número de equipes de Saúde da Família de 27 mil, em 2007, para 40 mil, em 2011, cobrindo 130 milhões de pessoas, construindo mais de 7 mil unidades básicas de saúde;
-
ampliar o programa Brasil Sorridente, chegando a 24 mil equipes até 2011, contra 16 mil em 2007, meta que cobre 70% da população brasileira;
-
ampliar o número de Agentes Comunitários de Saúde de 225 mil em 2007 para 240 mil em 2011, ampliando a cobertura de 50% para 70% da população;
-
implantar 500 equipes de internação domiciliar;
-
construir 7.665 unidades básicas de saúde em regiões metropolitanas e cidades com menos de uma unidade para cada 20 mil habitantes; e
-
implantar 1.500 equipes dos Núcleos de Assistência à Saúde da Família (NASF) para apoiar a atuação das equipes do Programa de Saúde da Família (PSF).
Saúde nas escolas
-
Avaliação clínica, nutricional, de saúde bucal e psicossocial de 26 milhões de alunos dos ensinos fundamental e médio de escolas dos municípios cobertos pelo PSF;
-
consultas oftalmológicas para cinco milhões de alunos entre 7 e 14 anos, com fornecimento de 460 mil óculos por ano; e
-
realizar 1,6 milhões de avaliações audiológicas com fornecimento de 180 mil próteses auditivas.
Garantia à vida da mulher e do bebê
-
Implementar em mil municípios ações humanizadas para gestantes e crianças de zero a seis anos;
-
garantir até 2011 seis consultas de pré-natal para todas as mulheres grávidas;
-
reduzir a mortalidade materna e neonatal em 5% ao ano;
-
aumentar de 138 para 275 o número de municípios com mais de cem mil habitantes com rede de atenção a mulheres e adolescentes em situação de violência; e
-
reduzir a taxa de cesarianas de 30% para 25% no Sistema Único de Saúde (SUS) e de 80% para 60% no setor suplementar.
Planejamento familiar
-
Realizar 31 mil vasectomias em 2008 e aumentar os procedimentos a uma taxa de 20% ao ano;
-
atingir a meta de 51 mil laqueaduras em 2008 e sustentar uma taxa de crescimento de 10% ao ano; e
-
implantar centros de reprodução assistida em cinco universidades federais.
Saúde da mulher
-
Aumentar a cobertura dos procedimentos diagnósticos e terapêuticos de câncer de colo de útero de 65% para 80% e de mama, de 42% para 80%.
Saúde do homem
-
Aumentar em 20% ao ano o número de ultra-sonografias da próstata. A meta é passar das atuais 80 mil para 242 mil.
Saúde do idoso
-
Qualificar 66 mil pessoas como cuidadores de idosos;
-
realizar 5,4 milhões de consultas oftalmológicas em idosos, fornecendo 2,7 milhões de óculos; e
-
distribuir 10 milhões de Cadernetas de Saúde da Pessoa Idosa.
Doenças endêmicas
-
Reduzir a incidência de dengue em 30% nas regiões metropolitanas e em 80% o número de mortes pela doença;
-
reduzir em 25% a incidência de hanseníase em menores de 15 anos, passando de 4,6 mil casos, em 2006, para 3,4 mil casos em quatro anos;
-
reduzir a incidência de tuberculose, passando de 80 mil casos, em 2007, para 70 mil; e
-
reduzir em 40% a incidência da malária, passando de 603 mil casos, em 2005, para 360 mil.
Transplantes
-
Aumentar o número de transplantes realizados pelo SUS em 4,6 mil pessoas, passando de 11,2 mil para 15,8 mil por ano.
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)
-
Expandir o Samu, com aquisição de 4,2 mil ambulâncias, dez helicópteros e 14 ambulanchas.
Gestão
-
Criação de fundações públicas de direito privado, com o objetivo de oferecer maior eficiência na administração de hospitais públicos;
-
expansão do Cartão Nacional de Saúde. Serão criados 302 Complexos Reguladores, sendo um em cada estado e em municípios com mais de cem mil habitantes para agendamento de consultas, internações e exames especializados. Esses centros verificarão os melhores locais para o paciente, ou seja, onde será atendido com mais agilidade; e
-
criação de 132 Unidades de Pronto Atendimento (UPA) que funcionarão 24 horas todos os dias da semana. O objetivo da UPA é diminuir o fluxo nas emergências. As UPAs serão integradas ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Fonte: Agência CNM