Mais de 600 pessoas estão fora de suas casas, em Timbó

As águas baixaram, as chuvas deram uma trégua, mas os problemas no município de Timbó continuam. Hoje a preocupação maior não é mais com o aumento do nível dos Rios Benedito e dos Cedros, mas sim, com os deslizamentos de terra e rachadura de muros e casas.  

Segundo a Defesa Civil do município as principais áreas de risco (locais que podem ocorrer deslizamento de terra) são: Travessão dos Tiroleses, Bom Jesus, Rio Fortuna, Mulde Alta, Mulde Central, Morro Azul, Rua Alfredo Hansen (Vila Germer) e Araponguinhas. Também as casas que foram atingidas pelas chuvas são consideradas de risco em razão do possível abalo da estrutura física do imóvel.  

Propriedade de Herbert Raduenz, na Mulde, foi tragicamente devastada pelos deslizamentos

O presidente da Defesa Civil de Timbó, José Nazareno da Silva, observa que no dia 30 de novembro, ocorreram quedas de barreiras e deslizamento de terra na localidade de Rio Fortuna. No local a Igreja e o salão desapareceram debaixo da terra.

Nazareno destaca que algumas casas instaladas no local também estão correndo riscos de desmoronamento. Muitas famílias foram retiradas, algumas com helicóptero, sendo que outras insistem em permanecer em seus imóveis.  

Até o dia 1º de dezembro, a Defesa Civil contabilizou mais de 600 pessoas desalojadas, a grande maioria em casas de amigos e parentes. Deste montante, cerca de 150 pessoas estão instaladas em abrigos improvisados pela Defesa Civil e o Governo de Timbó. "Temos famílias alojadas nas escolas municipais de Tiroleses, Mauricio Germer e Herwin Prade, na Escola Estadual Hugo Roepke, no Salão da localidade de Bom Jesus – Tiroleses e no Salão da Igreja Católica do Centro.  

A Defesa Civil alerta para que as pessoas não retornam para suas casas, pois elas estão colocando a suas vidas e de seus familiares em risco. "As famílias serão liberadas para retornar aos seus lares no momento em que tivermos uma posição oficial de que as áreas não estão mais em risco, em especial, de desmoronamento", frisa Nazareno.  

A Comissão da Defesa Civil e o prefeito Oscar Schneider estão cientes dos problemas que as famílias atingidas, tanto pelas cheias como pelos deslizamentos estão sofrendo. Nesta manhã diversas ruas da cidade, em especial as ruas Haiti e a João Tesch, encontravam-se com diversos móveis, colchões, eletro-eletrônicos, entre outros utensílios colocados nos muros das casas.  

Foram dezenas de famílias que perderam quase tudo que conquistaram ao longo dos anos. Muitos ainda encontravam-se pagando prestações dos bens prejudicados pelas águas das cheias do final de semana do dia 21 de novembro.  

Outras ainda não conseguiram retornar aos seus lares, pois estão em áreas de risco, possibilidade que pode causar a perda total de seus bens, tanto móveis e utensílios como o próprio imóvel. "Não podemos deixar essas famílias retornarem, pois estamos comprometendo a vida delas", afirma o prefeito Oscar Schneider.  

A comunidade de Timbó, Santa Catarina e de todo o Brasil está solidário com os acontecimentos do Vale, que está recebendo desde alimentos, roupas, colchões e diversos utensílios para terem a esperança de recomeçar.  

Nazareno ressalta que a grande preocupação é salvar a vida das pessoas em risco, sendo que todas já foram notificadas pelo Ministério Público e a Policia Militar e Civil, que são integrantes da Comissão da Defesa Civil.  

Em Timbó até o momento aconteceu apenas o desaparecimento de duas pessoas. Nazareno afirma que no momento as buscas foram suspendidas, visando atender outras áreas de risco. "Estamos trabalhando apenas com as máquinas da Prefeitura, pois não queremos colocar pessoas da iniciativa privada em risco de vida. Este trabalho é muito difícil e nossos funcionários, colaboradores e voluntários estão colocando suas vidas em risco visando salvar a vida das pessoas da nossa comunidade. Em diversas situações eles estão se sacrificando, pois não é fácil saber que você está trabalhando em uma área que em qualquer momento poderá desabar ou ser tragada por uma avalanche de terra", afirma o presidente da Defesa Civil. 

Fonte: Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Timbó