Uma comitiva liderada pelo ministro das Cidades, Márcio Fortes, se reuniu com os prefeitos dos municípios do Vale do Itajaí atingidos pelas enchentes, com o objetivo de fazer um levantamento dos danos provocados pela calamidade que se instalou com as recentes chuvas. O encontro aconteceu na manhã de hoje (9), no salão nobre da prefeitura de Blumenau, e contou com a presença de lideranças políticas do Estado.
Além de fazer um breve relato dos danos, os prefeitos discutiram com o ministro e diretores da pasta formas de viabilizar recursos para a reconstrução das cidades. Fortes esclareceu aos gestores municipais que a ação do Ministério depende de um relatório sobre os estragos em cada cidade, cuja prioridade das ações está na habitação.
Em seu pronunciamento, o prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinübing, iniciou os trabalhos lembrando que a Medida Provisória nº 448/2008 – assinada pelo presidente Lula e que disponibilizou R$ 720 milhões para o Ministério da Integração Nacional prover ajuda emergencial aos municípios atingidos – é importante, mas não resolve os problemas de destruição da infra-estrutura e habitação. "É preciso uma MP específica para o Ministério das Cidades para reconstrução e recuperação das áreas atingidas" disse.
Dos prefeitos presentes na reunião, o ministro ouviu levantamentos preliminares que, resumidamente, apontam necessidade de reconstrução de redes de água, vias urbanas, pontes, obras de contenção e habitação. Fortes salientou a importância de encaminhar o mapeamento das necessidades e levantamento dos danos causados pela catástrofe natural às associações de municípios, para que estas direcionem os documentos ao Ministério.
Com o ministro estavam o secretário nacional de Saneamento Ambiental, Leodegar Tiscoski; o secretário nacional de Transportes e Mobilidade Urbana, Luiz Carlos Bueno de Lima; e a secretária nacional de Habitação, Maria do Carmo Avesani; além do representante da Secretaria Nacional de Programas Urbanos, Celso Carvalho.
Prejuízos
Dentre as áreas danificadas, o prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinübing, destacou as redes de abastecimento de água e infra-estrutura urbana. "Se falarmos em vias públicas e pontes, a lista é ainda mais extensa" afirma.
A questão da habitação também foi fortemente reivindicada. Segundo o prefeito, das cinco mil moradias afetadas, 60% pertencem a famílias com renda inferior a três salários mínimos, 35% entre três e cinco salários, e somente 5% tem renda superior a cinco salários mínimos.
O prefeito de Pomerode, Ércio Kriek, chamou a atenção para a burocracia exigida e morosidade dos recursos. "Até então, temos o registro de 23 casas destruídas ou sem condições de uso, e 80 casas em área de risco" declara. Kriek alerta ainda para a necessidade urgente de geólogos, uma vez que os gestores não podem permitir que as famílias retornem às suas casas sem a garantia de segurança.
Já em Benedito Novo, 90% da área rural foi atingida, há 256 casas destruídas, cerca de mil pessoas desabrigadas e desalojadas, pavimentação destruída, seis bairros isolados, estradas sem acesso devido a queda de barreiras. "Ainda temos deslizamentos acontecendo, e também precisamos de técnicos especializados que possam vistoriar as áreas e as residências em risco" acrescenta.
O prefeito Hideraldo José Giampiccolo relatou que em Rio dos Cedros as estradas foram duramente danificadas, duas comunidades permanecem isoladas, a área rural foi a mais atingida e o município precisará de grandes investimentos para contenção dos morros e encostas na zona rural.
Fonte: Michele Prada, assessoria de comunicação – Ascom Ammvi.