Um deslizamento de terra, que se intensificou na tarde de terça-feira, ameaça mais de 30 casas, estabelecimentos comerciais e prédios públicos no Centro de Benedito Novo. Até mesmo a prefeitura da cidade pode ser atingida.
De acordo com o prefeito do município, Carlindo Alberto Persuhn, o deslizamento é monitorado há alguns dias e apresentava movimentação de cerca de um centímetro por hora. Por volta das 15h de terça-feira, o ritmo aumentou para dois centímetros por hora. O Corpo de Bombeiros esteve no local.
– O risco é forte de que o solo possa ceder em função da elevação e da quantidade de lama e terra. Para evitar uma tragédia, nós nos precavemos fazendo a interdição – explicou o bombeiro Luiz Carlos Muniz, que participou da operação.
Em conjunto com a Defesa Civil, os bombeiros orientaram os moradores a desocupar a área. Quarta-feira, às 10h, um grupo de técnicos e geólogos acompanhados pela Defesa Civil voltariam ao local para uma avaliação.
– Muita terra e muita lama descem pela montanha. Árvores estão caindo. Se a chuva vier, com trovoada, como tem uma previsão, vai vir tudo – temia o prefeito terça-feira.
A moradora Anita Doraci Tonolli, 61 anos, precisou sair às pressas de casa diante da possibilidade de deslizamento. Ela recorreu à casa da filha, em Timbó.
– Foi um susto. Só consegui tirar o necessário. Saí com algumas roupas, a geladeira e o freezer. Tenho esperança de que poderei voltar – desabafou a aposentada, que mora há mais de 30 anos atrás da prefeitura.
Como as chuvas causaram várias rachaduras no morro, a prefeitura acredita que, por enquanto, não há possibilidade de os moradores retornarem. Segundo o fiscal de obras da prefeitura Nilson Leitke, desde quinta-feira, quando a comunidade começou a sentir os impactos da queda de barreiras, o morro abaixou 3,3 metros.
Fonte: Jornal de Santa Catarina, de 24/12/08, editoria Geral.