Os prefeitos das cidades atingidas reclamam das exigências do governo estadual no cadastramento de projetos de reconstrução. Dos R$ 360 milhões prometidos pela União, R$ 100 milhões foram depositados na conta do Estado e desses, 3,85% chegaram aos municípios atingidos pela catástrofe de novembro.
O secretário de Estado da Articulação Nacional, Geraldo Althoff, garantiu que está tentando desburocratizar ao máximo, mas concorda que certos trâmites são morosos.
– Temos algumas limitações, mas R$ 100 milhões estão totalmente disponíveis. Há funcionários do Estado trabalhando em Florianópolis e Brasília na liberação dos recursos, porém são muitos projetos.
Em tom desesperado, os prefeitos do Médio Vale sugerem que o dinheiro das obras seja depositado nas contas das prefeituras, o que esbarra em questões legais.
– Se o Estado depositar o dinheiro na conta das cidades, terá de se responsabilizar em caso de falha na prestação de conta – explicou o prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinübing.
Reconstrução de Blumenau custará quase R$ 136 milhões
A senadora Ideli Salvatti (PT) acredita que, se o dinheiro fosse depositado na conta das prefeituras, as obras de recuperação nos municípios menores teriam começado mais cedo.
– Infelizmente, o governo do Estado só entregou os planos de trabalho das prefeituras na semana passada à Defesa Civil nacional – avaliou a senadora.
– Não podemos subconveniar nada. A verba será inteiramente gerida pelo Estado, que contratará as empreiteiras e fará os pagamentos – ressaltou Geraldo Althoff.
Blumenau precisa de quase R$ 136 milhões para obras de reconstrução. O dinheiro seria suficiente para reconstruir duas escolas que desabaram, reformar a Via Expressa, fazer obras de contenção no Rio Itajaí-Açu e drenar os principais ribeirões. Mas passados dois meses do caos vivido pelos blumenauenses, a cidade recebeu R$ 2,85 milhões, ou 2,1% dos recursos necessários.
Fonte: Jornal Diário Catarinense, edição nº 8325, de 24/01/09.