Uma audiência pública promovida pela Associação Blumenauense Pró-Ciclovias (ABC), com apoio da AMMVI, Acib (Associação Empresarial de Blumenau) e Intersindical Patronal de Blumenau, discutiu nesta segunda-feira (24) a inclusão de transporte de passageiros e de bicicletas na Ferrovia da Integração, que será contemplada na segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento do governo federal.
Na ocasião, foi reivindicado a estruturação de ciclovias laterais aos trilhos em toda a extensão da ferrovia e nos ramais de conexão aos centros urbanos. Também foram sugeridas na reunião a acessibilidade para deficientes físicos, a sinergia entre a duplicação da BR 470 e a ferrovia e a inclusão de traçado de uma nova rodovia paralela à BR 470.
A reunião contou com a presença de lideranças políticas e empresariais da região, deputados estaduais e federais, prefeitos, vereadores, empresários e associações ligadas à mobilidade urbana. Representando a AMMVI, participaram do encontro o presidente da entidade, Jamir Marcelo Schmidt, prefeito de Apiúna, e o secretário executivo José Rafael Corrêa.
A informação da inclusão da ferrovia no PAC 2 foi confirmada pelo coordenador da Frente Parlamentar das Ferrovias, deputado estadual Pedro Uczai. Conforme ele, cerca de R$ 85 milhões já estão assegurados somente para a execução do projeto executivo da obra entre Chapecó e Itajaí e do projeto de viabilidade entre Chapecó e Dionísio Cerqueira.
"A ferrovia é o meio mais barato para transportar cargas de diferentes naturezas. É mais segura, porque diminui o roubo de cargas e também os prejuízos para o poder público com a destruição de estradas. As ferrovias mantêm as empresas na região e atraem novos investimentos", analisou o deputado.
Para o presidente da AMMVI, a obra trará significativos avanços não só para o Vale do Itajaí, mas para todo o estado. "Temos convicção de que um dos caminhos para o desenvolvimento é a construção de ferrovias. Para tanto, precisamos unir forças e buscar esta implementação", destacou.
No encontro, as lideranças pleitearam ainda que no edital de implantação da ferrovia seja retomado o traçado anterior a 2008, passando novamente por Curitibanos, Rio do Sul e Blumenau, até o Porto de Itajaí.
Além disso, explicou o presidente da AMMVI, foi sugerido a inclusão do transporte de passageiros e não somente de cargas, "uma vez que o trem é um meio de transporte coletivo muito seguro e sustentável, fomentando inclusive o turismo e os negócios na região", disse Schmidt.
Outras reivindicações também foram apontadas pelas lideranças políticas e empresariais, as quais estão detalhadas em documento (disponível abaixo para download) entregue ao coordenador da Frente Parlamentar das Ferrovias.
Sobre a Ferrovia da Integração
A Ferrovia da Integração terá uma extensão de aproximadamente 700 quilômetros entre o Porto de Itajaí e a fronteira com a Argentina, o que permitirá a posterior integração de Santa Catarina ao porto de Antofagasta, no Chile, formando uma ferrovia bioceânica no futuro.
Do total de R$ 1,59 trilhão de investimentos previstos no PAC 2, R$ 958,9 bilhões devem ser gastos de 2011 a 2014, e os R$ 631,6 restantes estão previstos para depois de 2014. Com R$ 46 bilhões a serem aplicados somente em investimentos ferroviários, o programa prevê a expansão da malha ferroviária brasileira dos atuais 29 mil quilômetros para 40 mil até 2020.
Ascom AMMVI com informações da Acib.