Em 2010 foi sancionada a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que trata da proteção da saúde pública e da qualidade do meio ambiente através da redução, reutilização e tratamento de resíduos sólidos. Desde então, a Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI), em conjunto com o Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí (CIMVI), está mobilizando os municípios associados para a elaboração de um plano eficaz para a região.
O secretário executivo da entidade, José Rafael Corrêa, comenta que a AMMVI já queria pôr em prática um plano regional, assim precisava de um diagnóstico completo da situação. Para isso foi contratada a empresa Tekoha Engenharia e Consultoria, de Blumenau.
"Ficou claro que a nossa região cresceu muito, mais que a média nacional e estadual, e o volume de lixo também. Com o aumento da demanda, o serviço de coleta não está ideal, mas estamos desenvolvendo ações para mudar isso", diz José Rafael.
O estudo
O levantamento foi encomendado em 2010 e teve o objetivo de avaliar o lado ambiental do sistema de resíduos sólidos atual e procurar alternativas para o aproveitamento do potencial energético. Com ele foi constatado que de 1989 até 2000 o volume de resíduos cresceu de 100 mil toneladas para 154 mil toneladas, enquanto isso a população aumentou 15,4% entre 1991 e 2000.
Em contrapartida a este aumento significativo, o número de casas atendidas pela coleta de lixo também subiu muito, atualmente todos os municípios atendem pelo menos 94% do total. Doutor Pedrinho, por exemplo, atendia 0,77% das moradias em 1991, agora são 98,29%.
Hoje, os 14 municípios do Médio Vale contam com aproximadamente 667 mil habitantes, que geram 418,1 toneladas de lixo por dia. Blumenau responde 51,26%, Brusque 19,63%, Gaspar 8,96% e os restantes entre 6% e 0,5%. Já para atender toda esta massa há dois aterros: um em Timbó e outro em Brusque. Toda a região usa-os tanto para coleta seletiva quanto para o lixo comum.
O secretário executivo da AMMVI chama a atenção para a questão cultural. "Este também é um trabalho cultural, não adianta fazermos uma boa coleta se as pessoas não se conscientizarem", afirma. Segundo ele, um grupo de técnicos dos municípios da região está se reunindo periodicamente para fomentar ações regionais, entre elas iniciativas educativas. "Temos de mudar a mente das crianças, mas os pais também têm que participar, por exemplo, em audiências públicas".
A primeira etapa deste levantamento mostra que a reciclagem ainda é ineficiente e que alguns municípios ainda têm de aprimorá-la. "Este estudo nos mostra que com o crescimento da região a coleta de lixo passa a ser mais importante. O Grupo de Trabalho está pensando em soluções para o assunto", salienta José Rafael.
Marcos Borges, Ascom AMMVI.