Aprimorar o sistema de controle de cheias e alerta-resposta disponível aos municípios do Médio Vale foi o principal assunto em pauta na 404ª assembleia geral ordinária da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI), realizada nesta quinta-feira (22), em Blumenau. Diante das constantes ocorrências de chuva na região, os prefeitos buscam por melhorias urgentes a fim de prevenir desastres e adotar medidas de contenção de cheias.
Na ocasião, o engenheiro hidrólogo do Centro de Operação do Sistema de Alerta (Ceops), Ademar Cordero, explicou aos prefeitos como funciona o órgão vinculado à Universidade Regional de Blumenau (Furb), bem como os mecanismos usados para alertar os gestores públicos e a população sobre os fenômenos naturais, como também atuar nas emergências.
Conforme Cordero, a última enchente sofrida pela região é idêntica ao fenômeno de 1984. Segundo dados apresentados pelo engenheiro, os municípios da região que sofreram maior volume de precipitação na segunda semana de setembro foram Botuverá, 309,4mm; Blumenau, 224,40mm; e Apiúna 223,10mm.
O engenheiro do Ceops explica que o sistema de alerta-resposta é complexo, pois deve ser preciso, ágil e integrado para que os dados coletados, a previsão e a disseminação desta contribuam para a tomada de decisão dos gestores e da população, a fim de desencadear ações de prevenção.
Segundo o primeiro vice-presidente da AMMVI, Paulo Pizzolatti, todos os 14 municípios do Médio Vale decretaram situação de emergência ou calamidade pública. "Por isso temos pressa em aprimorar os mecanismos de medição e comunicação das intempéries naturais". Para o secretário executivo da Associação, José Rafael Corrêa, o trabalho conjunto e integrado vai facilitar tanto na prevenção quanto na atuação mais eficaz em momentos como os vividos nos últimos dias.
Além disso, Corrêa destaca que a entidade vai instituir um colegiado de Defesa Civil, formado por técnicos que atuam na área nos municípios, com o objetivo de ampliar o debate e estabelecer ações conjuntas, focadas principalmente na educação, conscientização e prevenção.
Para o prefeito de Indaial, Sergio Almir dos Santos, estes desastres trazem não só problemas ambientais, como erosões e deslizamentos, mas também traumas psicológicos, de saúde, econômicos, além da perda de vidas. Segundo ele, o trabalho integrado das defesas civis municipais deve avançar e a região tem experiências que podem contribuir para a efetivação de um trabalho conjunto e focado na prevenção.
Na assembleia, os prefeitos discutiram ainda a incorporação da Furb pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), saneamento básico, movimento econômico, piso nacional do magistério, entre outros temas.
Participaram da assembleia os prefeitos de Apiúna, Ascurra, Benedito Novo, Botuverá, Doutor Pedrinho, Indaial, Pomerode, Rodeio e Timbó; e os vice-prefeitos de Brusque e Rio dos Cedros, além de técnicos municipais.
Michele Prada, Ascom AMMVI
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