Prefeitos questionam secretário Althoff por mais apoio

A assembleia geral ordinária da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI) teve a presença do secretário de Estado da Defesa Civil Geraldo Althoff, nesta segunda-feira (13), para falar sobre os avanços na prevenção de novas catástrofes climáticas. Os prefeitos dos municípios foram bastante incisivos nos seus questionamentos e reivindicaram maior rapidez nas ações da pasta.

A vinda do secretário a Blumenau foi muito aguardada pelos prefeitos, que sentiam a necessidade de contato direto para explicar a situação da região. Em suas primeiras palavras, Althoff disse que em um ano as coordenarias de Defesa Civil estarão consolidadas e que elas foram criadas para apoiar as defesas municipais. O secretário afirmou que "o primeiro passo (para a prevenção de catástrofes) vai ser dado nos dias 23 e 24 com a assinatura dos editais de licitação dos projetos". O prefeito de Brusque, Paulo Eccel, questionou e chamou a atenção para o fato de que os editais são dos projetos, não para a execução – levando mais tempo para se concretizarem.

De acordo com Althoff, a prioridade para o governo estadual é sempre a retenção, em segundo o escoamento e, paralelamente, o monitoramento. Na visita do governador nos próximos dias será assinado o edital para um novo sistema de monitoramento e alerta do nível dos rios da região do Médio Vale. "São ações realmente importantes que vão beneficiar todos os municípios do Vale do Itajaí", disse o secretário.

Enchentes                                                   

Outro ponto abordado foi a definição dos papéis de cada entidade na prevenção de enchentes. O reitor da Universidade Regional de Blumenau (Furb), João Natel, pediu ao secretário um posicionamento do Estado sobre quem vai comandar essa situação para evitar desencontros de informações. "Receio que uma estrutura sem papéis definidos não dará resultados", desabafou Natel.

O prefeito de Pomerode, Paulo Pizzolatti, pediu que seja valorizada a estrutura da Furb, que já presta serviços há anos através do Centro de Operação do Sistema de Alerta (Ceops). "O governo será pró-ativo e deverá buscar através da Epagri o encaminhamento desse tema", respondeu Althoff.

A barragem de Botuverá, reivindicada há anos, também foi falada por Althoff, que garantiu que já há planos de execução. O prefeito de Botuverá, Zenor Francisco Sgrott, ficou feliz com a notícia, mas ponderou dizendo que a obra já foi prometida muitas vezes e nunca aconteceu. Zenor aproveitou o ensejo e sugeriu o desassoreamento do rio Itajaí-Mirim para a diminuição do risco de enchente. "Essas medidas anunciadas tem que ser tomadas. Não só conversa, tem que ter ações", cobrou.

Conforme o secretário de estado, o desassoreamento não é visto como prioridade porque é um processo natural do rio, "o que a água coloca, ela tira". Esse é o entendimento dos técnicos do estado, garante.

O prefeito Paulo Pizzolatti usou o seu tempo com a palavra para lembrar que as cidades que não são atravessadas pelo rio Itajaí-Açu também sofrem com deslizamentos de terra e constantes inundações. “Ações de apoio devem ser tomadas não só àqueles municípios que margeiam o rio Itajaí, mas aos demais que também são atingidos” disse o prefeito, que reivindicou ainda respostas rápidas do Estado.

Recursos

O prefeito de Indaial, Sérgio Almir dos Santos, tocou na melhor aplicação dos recursos. Segundo ele, os municípios fazem um projeto, orçam e o governo estadual executa outra obra que não era prioridade. "Os recursos não estão sendo bem respeitados. O município quer aproveitar ao máximo a verba", exemplificou Sérgio.

Jamir Marcelo Schmidt, prefeito de Apiúna, foi na mesma direção. Para ele, quando os recursos são anunciados pelo Estado, eles devem chegar, pois a população tem a razão de cobrar, mas, em contrapartida, ficam os municípios à mercê do repasse de recursos que na prática demoram ou não acontecem.

Os prefeitos foram bastante firmes ao cobrar maior respeito na execução de obras. O secretário disse que cabe ao município saber o que deve ser feito e repassar ao estado e, por isso, irá intermediar com o secretário de Estado da Infraestrutura, Valdir Cobalchini, um encontro com os prefeitos para o esclarecimento dos questionamentos e busca por soluções conjuntas.

Marcos Borges, Ascom AMMVI

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