Sancionado repasse de R$ 1,95 bilhão a estados, Distrito Federal e municípios

A presidente da República, Dilma Rousseff, sancionou, na última sexta-feira (23), proposta que destina R$ 1,95 bilhão aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios para compensar as perdas decorrentes da isenção de ICMS para produtos exportados (Lei 12.597/12). Para o presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, deputado Márcio Reinaldo Moreira, o repasse é insuficiente para compensar os prejuízos.

Desde a edição da Lei Kandir, em 1996, os produtos e serviços destinados à exportação estão isentos do ICMS. A medida serviu para aumentar o superávit da balança comercial do País, mas causou perdas aos estados. Para compensar, a União passou a fazer repasses anuais aos entes. Parte dessa compensação já é definida pela Lei Kandir, mas outra parcela precisa ser anualmente prevista em lei.

O valor de R$ 1,95 bilhão, de acordo com o relator da proposta, deputado Zeca Dirceu, atende aos cálculos que são feitos anualmente e levam em consideração o volume de exportações de cada estado. "Durante a tramitação da proposta, ninguém me apresentou nenhuma prova de que o cálculo estava incorreto e o governo federal vem cumprindo seu compromisso de compensação, com tendência a aumentar os repasses tendo em vista o aquecimento da economia", afirmou.

De acordo com Márcio Reinaldo, no entanto, esses repasses vêm diminuindo ao longo dos últimos anos proporcionalmente ao valor das exportações e os estados vêm pressionando o governo pela volta da cobrança do ICMS. "Os estados perderam uma parte muito grande de suas receitas. Para quem está morrendo de sede no deserto, qualquer recurso é bom, mas o governo federal pode esperar mais reclamações por verbas pela frente", disse.

O repasse de R$ 1,95 bilhão já foi feito no ano passado, quando o governo editou a Medida Provisória 546/11, que deu origem à Lei 12.597/12.

BNDES

Além dos recursos de compensação pelas perdas do ICMS, a Lei 12.597/12 também autorizou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a emprestar mais R$ 500 milhões com juros subsidiados pela União a produtores rurais em cidades atingidas por desastres naturais.

Uma emenda acatada pelo Congresso modificava a proposta original do Executivo e previa a publicação na internet dos extratos de contratos de financiamento beneficiados com a subvenção econômica concedida pelo BNDES. O governo vetou a emenda por uma "inadequação" de técnica legislativa, segundo Zeca Dirceu. O relator, no entanto, garantiu que o Executivo já se comprometeu a inserir o dispositivo em outra medida provisória: "Esse tipo de transparência é de interesse do próprio governo", afirmou.

Agência Câmara de Notícias

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