Pedro Simon encerra o XIII Congresso Catarinense de Municípios

"O povo juntou forças e aconteceu um milagre sobre a força militar absoluta, eles caíram sem deixar rolar uma gota de sangue", disse o ex-senador Pedro Simon, nesta sexta-feira (20), referindo-se a queda da ditadura militar e o movimento das diretas. A colocação foi feita durante palestra no XIII Congresso Catarinense de Municípios, promovido pela Federação Catarinense de Municípios (Fecam) e pelas Associações de Municípios.

O ex-senador discursou sobre a história da política brasileira, a qual viveu intensamente e foi personagem atuante desde 1954, quando estreou na política elegendo-se vereador de Caxias do Sul. A frase acima enfatiza o destaque dado pelo ex-senador sobre a importância da mobilização do povo no contexto político do Brasil. Simon lembrou também que foi a pressão popular que levou o Congresso Nacional a votar a lei que para ele é "a lei mais importante de todos os tempos para a moral", a lei da Ficha Limpa, além do processo que levou ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor.

Simon fez um paralelo com a atual situação do Brasil e disse que para ele, este é o pior momento que já viveu. "Estamos em um momento da vida brasileira que não estamos do lado do governo, nem da oposição, nem da igreja, nem do lado do exército, nem do lado de coisa nenhuma. Estamos no vazio", definiu.

No entanto, Simon vê com bons olhos as manifestações populares que vem ocorrendo com a presença de mais de um milhão de pessoas nas ruas, de forma pacífica, sem máscaras e sem armas, buscando debater e discutir o futuro do país. "É impressionante, nós não somos mais escravos da mídia de ninguém, vão se formando redes e então milhões se juntam para reivindicar melhorias. Isso sem nenhum partido por trás, apenas da vontade do povo", afirma. Ele acredita que é preciso sim ir para rua e fazer um movimento de esperança. "Precisamos darmos as mãos e darmos um jeito no Brasil", finaliza.

Pedro Simon

Natural de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, Simon tem 85 anos e encerrou seu quarto mandato no Senado, no dia 31 de janeiro de 2015, completando 65 anos de vida pública e 32 de Senado.

Advogado e professor universitário, estreou na política em 1954 em sua cidade natal, elegendo-se vereador pelo PTB. Foi deputado estadual durante 16 anos e, como presidente do MDB gaúcho, organizou a oposição ao regime militar. No plano nacional, como um dos líderes do PMDB, coordenou a campanha das "Diretas, Já" e percorreu o Brasil com Teotônio Vilela promovendo a luta pela anistia.

Como governador do Rio Grande do Sul (1987-90), implantou eleição direta para diretores de escolas. Como ministro da Agricultura do Governo Sarney, indicado por Tancredo Neves, lançou um programa de cisternas contra a seca no Nordeste e reforçou o papel do ministério na defesa de preços mínimos justos para produtos agrícolas.

Como senador, participou de todas as principais Comissões Parlamentares de Inquérito do Congresso, com especial destaque para quatro: as CPIs sobre PC Farias (que levou ao impeachment de Collor), a dos "Anões do Orçamento", a da Reforma do Judicário (que levou à cassação de Luiz Estevão) e a do Sistema Financeiro. Como líder do Governo Itamar Franco, no Senado, articulou a aprovação do Plano Real no Congresso, que estabeleceu as bases da estabilidade financeira.

Congresso Catarinense de Municípios

O evento reuniu prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, secretários municipais, executivos das Associações de Municípios, agentes políticos estaduais e federais, diretores, dirigentes de instituições públicas e privadas, empresários e expositores.

Com informações da Fecam.

Comentar notícia.

LEIA TAMBÉM…

Gestoras municipais compartilham experiências bem sucedidas

Secretário da Agricultura pede dedicação dos prefeitos ao CAR

Estado vai isentar taxas de licenças ambientais

Governador garante segunda edição do Fundam

Ministro das Cidades defende o pacto federativo

Prefeitos participam de Congresso de Municípios

Congresso de Municípios reunirá especialistas e autoridades federais e estaduais a partir desta quarta-feira

XIII Congresso Catarinense de Municípios: Pepe Vargas é mais um ministro confirmado no evento