FLORIANÓPOLIS – O projeto de reforma política que o governo deve encaminhar ao Congresso Nacional até o final de novembro vai contemplar várias medidas, como o financiamento público de campanha, a proibição de alianças nas eleições proporcionais e a implantação do chamado voto em lista.
A informação é do ministro da Justiça, Tarso Genro, que ontem de manhã esteve em Florianópolis participando da abertura do 5° Congresso do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor.
Um dos principais focos de controvérsia entre os parlamentares, o sistema de voto em lista, enfrenta resistências tanto na Câmara quanto no Senado. Pelo modelo, o eleitor vota no partido, que apresenta uma lista de candidatos que devem ser escolhidos em ordem decrescente de preferência. Os candidatos mais bem votados são os primeiros a obter as vagas.
Conforme o ministro, a reforma também deve criar uma "janela" para que políticos possam mudar de sigla sem sofrer as sanções impostas pela regra de fidelidade partidária.
– Temos na nossa proposta de reforma política uma possibilidade de passagem de um partido para outro, mas que prejudica o oportunismo eleitoral. Ela não se dá naquele momento posterior às eleições, quando as pessoas passam para outros partidos para se beneficiar do apoio do governante – afirmou Genro, sem citar nomes nem partidos.
Na rápida entrevista que concedeu no trajeto entre o auditório do hotel e o helicóptero da Polícia Militar, que o aguardava para levá-lo de volta ao aeroporto, Tarso Genro defendeu o fortalecimento dos partidos e exortou o PMDB, maior vitorioso nas eleições municipais, a "deixar de ser uma federação de interesses regionais". O governador Luiz Henrique, que participou da abertura do evento com o ministro, não ouviu a declaração.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 11457.
Editoria: Política.
Jornalista: João Cavallazzi (joao.cavallazzi@diario.com.br).