O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou ontem que o sistema partidário brasileiro está "falido", uma vez que não há, segundo ele, correspondência entre a ideologia defendida pelos partidos políticos e a atuação de seus representantes, principalmente parlamentares.
"Se você pegar os programas partidários, vai ver que pelo menos 70% deles são social-democratas", avaliou Genro, ponderando que a atuação dessas lideranças não segue essa linha.
Tarso Genro participou, pela manhã, do Seminário Desenvolvimento e Constituição 2008-2028, promovido pela Confederação Nacional da Indústria.
Segundo ele, é preciso que o País faça uma reforma política que "viabilize maior formação unitária no País" e que diminua a "diferença entre os poderes que existe hoje."
"Temos um Executivo muito forte, porque a produção normativa do Congresso é demasiadamente lenta", disse ele.
Além das modificações no campo político, Genro defendeu as reformas trabalhista, tributária e previdenciária. "Temos que mexer pontualmente na Constituição, e isso vai acontecer", afirmou. Segundo ele, é preciso fazer reformas mínimas, em, pelo menos, "quatro ou cinco pontos".
A proposta do governo prevê que as eleições proporcionais sejam feitas por listas fechadas de candidatos de cada partido. Dessa forma, os partidos receberiam votos e não os candidatos diretamente. Nesse sistema, as siglas seriam obrigadas a fazer eleições prévias, com no mínimo 15% dos seus filiados, para apontar os candidatos.
Na lista, os partidos teriam que respeitar a regra de que, a cada três candidatos homens, uma mulher deve ser indicada.
Veículo: Jornal A Notícia.
Edição: 24.692.
Editoria: Política.
Página: 4.