As propostas do governo federal para resolver o nó do ensino médio vão precisar de um investimento quase duas vezes maior do que o atual.
Os resultados do grupo de trabalho (GT) formado pelo Ministério da Educação e pela Secretaria Extraordinária de Assuntos Estratégicos para uma reforma na escola apontam para um gasto mínimo, por aluno, de R$ 2 mil. São recursos necessários para formar professores, mudar currículos, incrementar o atendimento de jovens e adultos que deixaram de estudar e alterar o ensino técnico.
O investimento por aluno em 2006, dado mais recente disponível, foi de R$ 1,4 mil.
– O maior crescimento de recursos que já ocorreu no ensino médio foi de 2005 para 2006, cerca de 35%. Não temos os dados de 2007 ainda, mas sabemos que a tendência é de manutenção desse crescimento – disse o ministro da Educação, Fernando Haddad.
Criar alternativas ao ensino médio regular existente hoje é o foco principal do relatório do GT apresentado ontem, especialmente no atual ensino técnico de nível médio.
– Uma escola que ofereça o ensino geral e o técnico terá de oferecer uma capacitação flexível, adequada à economia contemporânea, não ofícios rígidos – disse o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger.
Currículo pode ser mais flexível
A idéia, segundo Unger, é que o estudante não seja ensinado a operar determinados tipos de máquina mas, por exemplo, tenha aulas de Física de uma maneira que possa acompanhar o desenvolvimento de máquinas e se adaptar às mudanças exigidas pelas novas tecnologias. O currículo também seria mais flexível, permitindo ao estudante uma formação diferenciada.
Outra idéia apresentada pelo grupo é a criação de escolas de ensino médio com currículo adequado ao ensino de jovens acima de 17 anos e adultos, mas que não necessariamente sejam os cursos atuais, reduzidos, apenas para a obtenção do certificado de conclusão. Ainda não há uma proposta fechada, mas algumas idéias circulam no ministério.
Poderia, por exemplo, ser criada uma escola que dispensasse as férias de verão e inverno para que os estudantes acelerassem os estudos. Outra alteração é a que permitiria o estudo em módulos. Assim, em caso de repetência, o estudante teria de refazer só o módulo em que não obteve êxito.
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 8289.
Editoria: Geral.
Página: 28.