Discurso é otimista na região do Vale do Itajaí

Região mais afetada pela enchente que atingiu o Estado em novembro, o Vale do Itajaí mostra-se otimista para 2009. Grandes empresas reforçam o discurso de que o novo ano mostrará a capacidade da região se reerguer.

Na enchente deste ano, a falta de pessoal foi o principal impacto nas indústrias. Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn, o fato veio mostrar que o empresário tem que estar sempre preparado.

– É preciso pensar que amanhã tem que melhorar, independentemente de hoje ter sido bom – destaca, defendendo que para 2009 a única certeza que se tem é de que o Brasil vai sofrer menos que o resto do mundo.

A presidente da Dudalina, Sônia Hess de Souza, afirma que apesar das cheias e da crise, a empresa fechará o ano com crescimento.

– Na dificuldade, a gente reinventa.

O diretor de exportação e marketing da Teka, Marcello Stewers, também consegue ver um saldo positivo no ano. E para 2009, diz que a principal preocupação ainda é a falta de liquidez do mercado e a "total insegurança em todas as partes".

Cerâmicas perderam um mês de trabalho

As pequenas empresas devem reduzir o crescimento previsto para o ano, mas ainda assim fechar 2008 em alta. O presidente da Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas de SC (Fampesc), Cloir Dassoler, diz que o crescimento previsto antes em cerca de 12% deve terminar na casa dos 8%. Em 2009, ele acredita que as dificuldades devem se concentrar no primeiro trimestre mas confia numa recuperação a partir do meio do ano.

Na indústria cerâmica, que vivia em 2008 um ano de recuperação, o impacto das enchentes foi o problema gerado no abastecimento de gás natural devido ao acidente na rede de distribuição da SCGás. Segundo dados do Sindicato das Indústrias Cerâmicas de Criciúma e Região Sul, o prejuízo nos 21 dias da interrupção do gás foi de R$ 90 milhões.

O presidente do Sindiceram e executivo da Eliane, Otmar Josef Müller, diz que o desabastecimento significou a perda de um mês no ano, entre a 7% a 8% de produção anual.

Mas para Müller, o ano de 2008 ainda pode ser considerado positivo pelo reconhecimento do mercado em relação a qualidade dos produtos catarinenses, que propiciou um crescimento de 23% das vendas no mercado interno.

O que dizem (ANEXO)

Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 8299.
Editoria: Economia.
Página: 16.