BLUMENAU – O documento que decretou calamidade pública em 11 municípios do Vale completa hoje 50 dias. Assinado pelo governador Luiz Henrique da Silveira, deveria agilizar a ação do poder público nas cidades atingidas pela catástrofe de novembro. No entanto, as prefeituras ainda aguardam dinheiro e obras. Somados os recursos que os municípios avaliam ser necessários para a reconstrução, a conta chega a R$ 897 milhões. Quando Itajaí, Brusque e Nova Trento fecharem as contas, passará de R$ 1 bilhão. Até agora, chegaram R$ 25 milhões.
As cidades tiveram ajuda emergencial, como serviços de terraplanagem, coleta de lixo, combustível para veículos e aeronaves, desobstrução de bueiros e contratação de mão-de-obra. Também receberam do governo do Estado verbas para saúde e, do governo federal, para a assistência social. Mas falta dinheiro para reconstruir a infraestrutura viária, escolas, postos de saúde, moradias e drenar rios.
A cobrança ocorre em efeito dominó. Enquanto os cidadãos cobram das prefeituras, estas cobram do Estado, que aguarda recursos federais. Quanto ao dinheiro das doações ao Fundo de Defesa Civil, o secretário de Justiça e Cidadania do Estado, Justiniano Pedroso, diz que os R$ 30 milhões arrecadados foram para o Auxílio-Reação.
– Dá a impressão de que recebemos milhões, mas diretamente para o cofre da prefeitura não veio nada – diz Julio Alves de Sá, secretário da Fazenda de Itajaí.
Em Benedito Novo, o Estado autorizou gastos de R$ 200 mil para pagar máquinas e comprar materiais de construção, mas os prestadores de serviços não receberam. O mesmo ocorre em Rodeio. O dinheiro virá ainda esta semana, garante a Secretaria Regional de Timbó.
Segundo o secretário de Orçamento de Blumenau, Marcel Hugo, as despesas nestes 50 dias somam R$ 12 milhões. Outros R$ 40 milhões são necessários no curto prazo.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 11523.
Editoria: Política.
Jornalista: Júlia Borba (julia.borba@santa.com.br).