O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desafiou ontem seu sucessor a manter a mesma relação que construiu com os prefeitos e prefeitas do país.
Indignado, o presidente reclamou da imprensa ao divulgar que ele lançaria um "pacote de bondades" ao invés de avaliar que era um conjunto de medidas pertinentes. Também afirmou que "nunca" foi eleito por causa da ajuda da imprensa, mas sim porque "gastou suor" para ser vitorioso nas eleições.
– (Ao ler os jornais hoje) fiquei triste porque estão abusando da minha inteligência porque ainda tem gente que pensa que o povo é marionete – afirmou Lula durante a abertura do encontro nacional de prefeitos e prefeitas, acompanhado por mais de 30 ministros.
Em tom emocional, o presidente afirmou que a imprensa também julga a atuação dos prefeitos, mesmo daqueles estão iniciando suas gestões. Lula disse que as medidas anunciadas ontem, que incluem o refinanciamento de dívidas com o INSS e a liberação de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), são meios para enfrentar a burocracia.
O presidente também anunciou que o governo federal vai refinanciar as dívidas dos municípios com o INSS em até 20 anos. O presidente da Federação Catarinense dos Municípios (Fecam), Ronério Heiderscheidt, fez os cálculos no município de Palhoça para exemplificar a importância da medida. Em 2005, a dívida anual do município era de mais de 1,3 milhão divididos em 60 meses, a dívida era de R$ 22 mil/mês. Hoje, a dívida anual é de R$ 880 mil parcelados em 240 meses, o município pagará R$ 3,6 mil/mês.
– Os municípios precisam de recursos e medidas como esta – disse.
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 8343.
Editoria: Política.
Página: 6.